Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
A importância da China no século XXI
Carla Lobo · quarta, 23 de janeiro de 2013 · UBI Jorge Tavares da Silva foi o convidado do passado dia 18 nas aulas abertas que se têm vindo a desenvolver todas as semanas no âmbito da unidade curricular Seminário de Investigação I do 2º Ciclo em Relações Internacionais da UBI |
21955 visitas A iniciativa que teve lugar na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, abordou diversos pontos de grande interesse dada a crescente presença da China no capital social de empresas portuguesas de referência, como a EDP ou a REN. Jorge da Silva preside atualmente o Observatório de Comércio e Relações Internacionais, projeto que está “a partir de raiz (…) mas não tem estrutura, pois falta gente para o desenvolver”. Ajudou também a fundar o Observatório da China em Portugal, uma organização independente que tem noção da “imagem negativa que a China tem”. Com uma tese de doutoramento na área das “Relações Entre China e Taiwan”, Jorge Silva considera que a questão da Ásia-Pacífico vai ser muito importante nos próximos anos, pois existe muita competição, questões petrolíferas e controlo económico. O convidado afirma que “a Ásia vai ser definitivamente neste século o centro geopolítico mundial”. Defende ainda que “só através da geografia e cultura chinesa percebemos muito do comportamento da china no contexto internacional”. A exposição de Jorge Tavares da Silva passou pelos enquadramentos geográfico, histórico e cultural do país até ao processo de abertura, iniciado nos anos 80. Salientou também os vários problemas sociais que a China vive neste período de transição política no país. Apesar de ser o país com mais milionários, afirma que “há muitas pessoas com necessidades, muito desemprego (…) e condições deploráveis”. Abordou ainda corrupção dentro do partido que governa, afirmando que a organização “está em todo o lado (…) controla tudo!”. Definiu o partido como uma rede de poder que funciona com jogos sociais como o “Guanxi” (cunha). Este facto é aceite socialmente, como “um favor que deverá ser retribuído”. Quanto mais redes “guanxi” existem, mais importante se é no ponto de vista social. |