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As dimensões objetiva e subjetiva do agir
Eduardo Alves · quarta, 27 de fevereiro de 2013 · UBI Uma tese de doutoramento, na área da filosofia, pretende aproximar os universos científico e filosófico, tudo com o objetivo de analisar as conclusões de trabalhos neurocientíficos em relação às teorias filosóficas da ação. |
A tese da autoria de Ana Leonor Santos foi apresentada na UBI |
21966 visitas A tese intitulada “A natureza da acção-investigação sobre as bases neurobiológicas do agir e a articulação positivo-subjectivista nas teorias da acção”, “teve como objetivo fundamental aproximar os universos científico e filosófico, investigando as implicações dos resultados dos trabalhos neurocientíficos nas teorias filosóficas da ação. Nas últimas décadas, as neurociências têm desenvolvido um trabalho de investigação que visa compreender melhor os mecanismos subjacentes à ação, pelo que considerei importante avaliar a possibilidade de reunir numa mesma teoria as dimensões objetiva e subjetiva do agir”. A explicação é feita pela autora do trabalho, Ana Leonor Serra Morais dos Santos, docente na Faculdade de Artes da UBI Um trabalho que resultou essencialmente de pesquisa bibliográfica, tendo sido enriquecido pela frequência de seminários interdisciplinares, de ciências cognitivas e de introdução às neurociências, na Université Paris-Sorbonne e na École Normale Supérieur, em Paris. Do trabalho desenvolvido, foi possível concluir “não apenas a possibilidade de reunir os discursos científico e filosófico na construção de uma teoria da ação humana, como também o enriquecimento que mesma constitui, pela sua completude, face às perspetivas parciais quer das teorias estritamente científicas quer das teorias estritamente filosóficas”. Foi nesse sentido que propõe aquilo que designa como uma “neurofilosofia da ação”. Propostas que surgem “na esteira de outros projetos filosóficos, como os da “neurofenomenologia”, de Francisco Varela, ou da “neurofilosofia”, de Patricia Churchland”. O trabalho propedêutico para a construção dessa teoria está condensado na tese agora apresentada, que procurou “reunir a informação neurocientífica mais pertinente, e atualmente disponível, no âmbito da ação, e estabelecer pontes com algumas teorias filosóficas”, acrescenta Ana Leonor Santos. Futuramente, o objetivo da docente e investigadora passa por “aprofundar a integração desses dados numa abordagem filosófica, acompanhando o trabalho que continua a ser desenvolvido laboratorialmente, no sentido de aprofundar o conhecimento dos processos de decisão e de escolha, bem como o papel que neles desempenham as emoções”. Quanto à escolha desta área de investigação, a mesma reflete, no fundo, “um percurso académico de cruzamentos, uma vez que frequentei o ensino secundário na área científico-natural, sendo que a opção pelo curso de Filosofia, a nível da licenciatura, não diminuiu o interesse pelas ciências. Os possíveis encontros entre ciências e filosofia sempre foram, e continuam a ser, extremamente cativantes para mim”, remata. A tese teve um júri constituído por Maria Luísa Couto Soares, professora associada da Universidade Nova de Lisboa, José Manuel Boavida Santos, professor associado na Universidade da Beira Interior, André Barata Nascimento, professor auxiliar da Universidade da Beira Interior, Rui Jorge Sampaio da Silva, professor auxiliar da Universidade dos Açores, Urbano Mestre Sidoncha, professor auxiliar da Universidade da Beira Interior e Davide Scaro, investigador de pós-doutoramento da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. |