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A revitalização da imprensa em estudo académico
Eduardo Alves · quarta, 27 de fevereiro de 2013 · UBI Uma tese de doutoramento na área das Ciências da Comunicação avança com algumas propostas de revitalização do jornalismo regional. Este trabalho agora apresentado na academia contou com a análise a diversos títulos de carácter regional. |
Um estudo sobre a imprensa regional foi apresentado na UBI |
21952 visitas Vítor Amaral é o autor da tese intitulada “O papel do jornalismo público na revitalização da imprensa em Portugal. O caso da imprensa regional”. Um trabalho que pretende, entre outras metas, “compreender a função social do jornalismo, num contexto de novos paradigmas comunicacionais”. O autor aponta como uma das funções do jornalismo a promoção do debate cívico e a participação dos membros das comunidades, de forma efetiva. Depois de ter equacionado diversas propostas de ação de alguns títulos da imprensa regional, o autor deste trabalho apresentou as suas principais conclusões. Entre as conclusões da tese destaque para o facto de “não se verificar a coincidência entre a agenda dos jornais com a ‘agenda do cidadão’ relativamente ao que consideram ser os assuntos públicos com mais importância”. Para além disso, “enquanto os jornais dão mais destaque às subcategorias saúde e educação, dentro da grande categoria sociedade, os cidadãos elegem o emprego, dentro da área economia, como a mais relevante e que afeta as suas vidas”. Outro dos pontos a merecer o destaque de Vítor Amaral é o facto dos jornais regionais “serem vistos, maioritariamente, como meios de vigilância dos poderes públicos e menos como meios de comunicação que dão voz a uma agenda das reais preocupações dos cidadãos”. Para além disso, o autor do trabalho sublinha a necessidade dos jornais elaborarem “notícias mais aprofundadas, sobre assuntos sugeridos pelos cidadãos como fontes primárias das notícias e fomentar o envolvimento dos leitores no debate público”. Tudo para que se leve a um alargamento do jornalismo. “Não está em causa mudar, na essência, os valores deontológicos da profissão mas de, com eles, reafirmar um modelo de jornalismo informativo”. Até porque, de entre as pessoas inquiridas para este estudo, tudo apontou para que, com este alargamento de atores na construção das notícias “nem cidadãos, nem jornalistas acham que esta postura representa qualquer perigo para a ‘independência’ profissional”. “Ter gente dentro do jornalismo não é apenas focar as atenções nas grandes manchetes”, remata. O júri da tese foi constituído por Jorge Pedro Sousa, professor catedrático da Universidade Fernando Pessoa do Porto, Manuel Joaquim da Silva Pinto, professor catedrático da Universidade do Minho, João Carlos Ferreira Correia, professor associado da Universidade da Beira Interior, Anabela Maria Gradim Alves, professora auxiliar da Universidade da Beira Interior, José Ricardo Pinto Carvalheiro, professor auxiliar da Universidade da Beira Interior e João Manuel Messias Canavilhas, professor auxiliar da Universidade da Beira Interior. |