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Bioterrorismo em análise na UBI
Jéssica Barreira · quarta, 20 de mar?o de 2013 · UBI Os dias 18 e 19 de março foram a data escolhida pelos finalistas de Ciências Farmacêuticas para o congresso sobre Doenças Infeto-Contagiosas. O grande auditório da Faculdade de Ciências da Saúde serviu de palco a temas como a resistência aos antibióticos, as doenças tropicais, o VIH e o bioterrorismo. |
Durante dois dias os alunos da Faculdade de Ciências da Saúde abordaram um dos temas mais em voga nesta área |
21969 visitas A tarde de ontem, 19 de Março, foi dedicada ao Bioterrorismo, “um problema cada vez mais presente”. Os convidados foram o Professor Doutor João Luís Baptista, o Doutor Miguel Arriaga e o Doutor António Marques, moderados pelo professor Doutor Ignácio Verde Lusquiños. João Luís Baptista foi o primeiro orador da tarde. O professor da Universidade da Beira Interior definiu Bioterrorismo como sendo “o terrorismo praticado por meio da libertação ou disseminação intencional de agentes biológicos, vírus ou toxinas que podem ser utilizados in natura ou numa forma modificada pelo homem.” O bioterrorismo pode ser considerado um ataque terrorista quando a “libertação deliberada desses agentes é usada para provocar doenças ou a morte de pessoas, animais” ou a tudo o que seja necessário para a vida humana. O bioterrorismo é usado há milhares de anos. Para a sua prática utilizam-se agentes biológicos encontrados na natureza, usados para “aumentar a capacidade de causar doença”. Estes agentes pretendem “resistir aos fármacos existentes” e “incrementar a capacidade de disseminação no meio ambiente”. Podem ser difundidos no ar, terra ou água. Segundo João Luís Baptista “é a arma ideal para a destruição massiva”. O professor da UBI apresentou exemplos concretos de bioterrorismo como a varíola, o sarampo, as pestes através dos roedores, os coelhos infectados na Austrália, entre outros. Miguel Arriaga, da Escola Superior de Saúde de Portalegre, apresentou a sua visão psicossocial das ameaças NRBQ (Nuclear, Radiológico, Biológico e Químico). Abriu o seu discurso referindo que se “estima que 90 por cento dos adultos americanos serão confrontados em alguma altura da vida por um acontecimento traumático” e a realidade portuguesa “está bastante próxima”. Miguel Arriaga defende que o “ser humano vive numa zona de conforto” e os problemas são a saída dessa zona. São alturas de stress que provocam reações emocionais (pânico, culpa, raiva) e cognitivas (atenção dispersa, baixa autoconfiança, descrença, negação). A psicologia pretende “dar segurança e protecção” e “estabilizar e restaurar o equilíbrio emocional” destas pessoas. António Marques apresentou o tema “Aspectos de segurança no bioterrorismo”. Segundo o orador a biodefesa pretende prevenir e reagir em caso de “catástrofe ou acidente”. Existem vários tipos de biodefesa, a civil por exemplo, pretende proteger as “pessoas e os seus recursos”. Pois o ataque pode ser feito não só à pessoa mas a tudo o que necessitam para viver. Luís Miguel Fernandes, coordenador geral da comissão organizadora do congresso, defende que participar na organização destes eventos é importante pois enriquece os estudantes universitários tanto “a nível pessoal como a nível curricular”. Luís Miguel Fernandes referiu que as pessoas precisam estar alertadas sobre os perigos das doenças infecto-contagiosas. Defende que chegamos a uma época em que “os antibióticos já não são eficazes”. Os movimentos migratórios e a possibilidade de viajar para todo o lado fazem com que “doenças tropicais como a Dengue” cheguem a Portugal. Alerta ainda para o fato do “bioterrorismo ser cada vez mais uma realidade” atual e que “o VIH é muito comum”. Os futuros profissionais de saúde devem estar bem informados sobre estas problemáticas. O congresso sobre doenças infeto-contagiosas teve a duração de dois dias e juntou cerca de duzentas pessoas.
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