Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Património museológico em destaque
Eduardo Alves · quarta, 4 de setembro de 2013 · UBI Um conjunto de imagens e filmes realizados por um artista plástico espanhol dão corpo à próxima exposição patente no Museu de Lanifícios. Este é o resultado visível de um projeto apoiado pelo Labcom, que pretende contribuir para a difusão do património histórico e cultural da região serrana. |
As marcas da indústria dos lanifícios deram origem a esta mostra artística |
21949 visitas Pedro Ortuño há muito que se confessa apaixonado pelas zonas do interior de Portugal. O primeiro contacto com o território luso aconteceu na região do Douro e desde então que este conceituado artística plástico espanhol quis voltar pra conhecer mais paisagens e património. Através de uma das investigadoras do Laboratório de Conteúdos Online (Labcom), da UBI, Ortuño acabou por reunir condições no sentido de desenvolver um trabalho fotografia e vídeo na Beira Interior. Águeda Simó, também docente da Faculdade de Artes e Letras foi quem lhe indicou o caminho da UBI e lhe mostrou o Museu de Lanifícios. “Conhecer os espaços, as máquinas e o grande traço cultural existente na região, que envolve os lanifícios foi suficiente para me decidir de imediato a trabalhar neste tema”, começa por explicar o autor da mostra que vai estar patente na academia. Ao longo de vários meses a percorrer localidades como Seia, Gouveia, Manteigas, Loriga e Covilhã, Ortuño registou milhares de imagens de antigos edifícios fabris, realizou várias horas de filmes, e recolheu diverso material que dá agora suporte a uma mostra performativa intitulada “Arqueologia do presente: lanifícios”. Um conjunto de fotos e também algumas produções vídeo dão forma a este novo olhar sobre os vestígios da era de ouro dos lanifícios na região serrana, uma iniciativa que irá ser aberta à comunidade na próxima sexta-feira, 6 de setembro e estará patente ao público durante um mês, com a inauguração oficial apontada para o dia 20 de setembro, pelas 19 horas. A exposição é composta por várias obras que pretendem ser a visão do artista e docente de escultura que teve por base o quadro “As fiadeiras”, de Velasquez. A partir da fábula de Aracne, que serviu de inspiração a Velasquez para pintar este famoso quadro, Pedro Ortuño interpreta as habilidades que Atenea, deusa da sabedoria e a patrona dos artesãos concede a Aracne. O artista fotografou o interior de fábricas e pretende agora dar a sua visão das fiadeiras da Covilhã. Um projeto que versa sobre o desaparecimento e a memória da indústria dos lanifícios que se desenvolveu por toda a Serra da estrela. Pedro Ortuño é artista multimédia e desde 1989 que exibe as suas obras e instalações de vídeo internacionalmente em locais como o Center for Art and Media Karlsruhe ZKM, Alemanha (2009); Gasworks, Londres (2008); Museu Nacional Reina Sofía, (2006-2008); Sala Verónicas, Múrcia, (2007); Medialab Madrid - PhotoEspaña, (2004); Fundação Metrònom, Barcelona, (2002); La Gallera, Valencia, (1998). Comissariou a mostra “Miradas al videoarte” no Centro Cultural Puertas de Castilla, Múrcia (2006-2012) e o programa de cinema “Off-Bollywood” no Museu Nacional Reina Sofía, Madrid, (2009). Doutorado em Belas Artes pela Universidade Politécnica de Valencia e professor de escultura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Múrcia, combina o seu trabalho artístico com exposições e comissariado de mostras culturais, dirige também a revista “Arte e Políticas da Identidade”. |
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