Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
À descoberta das Aldeias Históricas da Beira Interior
Márcio Campos e Ana Rita Lino e Daniela Morais e Daniela Berrincha e Carina Alves · quarta, 25 de dezembro de 2013 · Região Entre as belas paisagens de Belmonte e as muralhas da medieval aldeia de Sortelha, os alunos de Webjornalismo percorreram sem parar os estreitos caminhos destas aldeias históricas. |
fotografia de grupo |
21940 visitas O esfregar de mãos para combater o frio matinal bem típico da cidade serrana, deixava transparecer a ansiedade dos alunos pela chegada do autocarro. Quando o senhor João, o motorista, abriu as portas do veículo foi o sinal de que a aventura ia começar. Entre cadernos, gravadores, câmaras fotográficas, muito entusiasmo e conversa, a animação começou logo que o primeiro aluno se sentou no autocarro. Um caminho desconhecido para a maioria dos estudantes foi o que se mostrou no trajeto até Belmonte. Desconhecido até que a aluna Adriana Ribeiro pegou no microfone e pelo seu conhecimento da zona foi “eleita” guia perante a turma e os professores. A azáfama e a agitação do percurso continuaram logo que o grupo, já em terras de Belmonte, rumou ao primeiro ponto de visita, o Museu dos Descobrimentos. O museu encontra-se nas antigas casas pertencentes à família Cabral, não fosse esta a terra que viu nascer aquele que iria descobrir o Brasil, Pedro Álvares Cabral. Ao longo da visita foi contada de uma forma bastante dinâmica e interativa a história da expedição ao Brasil e da armada que no século XVI rumou por uma rota marítima nunca antes navegada. Este museu é um projeto de sensações e de afetos que leva os visitantes ao longo de uma história de 500 anos e conta a história de uma forma diferente, através não só de imagens, como fotografias, vídeos, sons e exposição de vários objetos. Terminada a visita ao primeiro museu, a turma dividiu-se em grupos para percorrerem Belmonte ao seu gosto e assim procurarem a informação que mais lhes convinha integrar nas suas reportagens. Com o mapa na mão e em jeito de expedição, foram-se delineando os locais a visitar de maneira a que nenhum fosse esquecido, já que são uma referência histórica na região beirã. O Ecomuseu do Zêzere foi um dos locais visitados. O museu destina-se a dar a conhecer aos visitantes o percurso do rio Zêzere que passa na vila, tratando-se de uma construção da família dos Cabrais, criado em frente ao solar dos mesmos, ficando sempre conhecido como a Tulha dos Cabrais. Uns metros acima do Ecomuseu encontra-se o Museu Judaico, que procuram explicar aos visitantes o que é o Judaísmo e a cultura judaica em Belmonte. Esta é a localidade mais importante por ter acolhido esta comunidade aquando da perseguição aos judeus pela Inquisição começada no século XI. A aluna Constância Ferros, um dos elementos do grupo que tinha como missão escrever um texto sobre este espaço, explicou que “aquilo que foi mais complicado foi o facto de não existir um acontecimento específico para relatar, ou seja, construir uma história sem o “como” ou o “porquê” é mais complicado". Acabaram por ter uma ajuda importante para o trabalho. "Para além da visita ao museu, pudemos falar com um judeu que na primeira pessoa nos elucidou um pouco mais sobre a história”, diz. Com a hora de almoço a chegar, a fome começou a fazer-se sentir, mas não se podia parar sem antes conhecer o principal símbolo da vila, o castelo. A sua construção data do século XIII a mando de Afonso III. O castelo de Belmonte foi a residência senhorial da família Cabral, a mais importante da vila, sendo uma construção militar doada a Fernão Cabral, no ano de 1466, e abandonada posteriormente devido a um incêndio. Ao percorrer uma das ruelas, junto a um café, sentiu-se um cheiro bastante convidativo. “O frango está pronto a sair e está com um aspeto divinal” foi tudo o que se quis ouvir da boca da proprietária do estabelecimento, que em jeito de hospitalidade ainda ofereceu a sobremesa. Depois da visita à vila de Belmonte em toda a sua componente histórico-cultural, a turma partiu para Sortelha. Durante o percurso mais uma vez a animação esteve presente. Agora, já de barriga bem composta, até houve disposição para cantar. A viagem à aldeia histórica de Sortelha iniciou-se com a visita ao castelo, edificado sobre um maciço granítico, integra o conjunto histórico desta que é considerada uma das mais bem preservadas localidades históricas portuguesas. Esta construção pertencente ao estilo românico e gótico com intervenções manuelinas foi o ponto de referência na visita a Sortelha. Segundo a aluna Débora Lopes “Sortelha é um sítio muito bonito pela forma como leva a mente para outra época. "Toda paisagem bucólica envolve e inspira, transmitindo uma sensação de calma e bem-estar”, diz. Entre as muralhas aparentemente desertas, descobriu-se um café rústico que permitiu acabar a tarde da melhor maneira. À volta da lareira, a aquecer as mãos geladas e a degustar uma saborosa ginja, fez-se um pouco de conversa. Com os copos já vazios e as mãos aquecidas, o anoitecer começava a desenhar-se nos céus e era chegada a hora de ir embora. Foi tempo de pegar então nos casacos e cachecóis e caminhar para o autocarro. Ainda com uma energia contagiante, o regresso para a Covilhã fez-se entre conversas e partilha de momentos caricatos que foram acontecendo ao longo deste dia de aventura. Com o objetivo de fazer reportagens sobre os locais visitados este foi um dia bastante diferente, fora das quatro paredes da sala de aula, que servirá para mais tarde recordar. |
GeoURBI:
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