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WOOL: arte urbana que limpa sem limpar
Sandra Azevedo · quarta, 22 de outubro de 2014 · O projecto WOOL, que se iniciou em 2011 no festival de arte urbana, está de volta à Covilhã para uma segunda edição o WOOL ON RESIDENCE. A divulgação do regresso do projecto começou esta quinta-feira, dia 16 de outubro no café Montalto, onde foi apresentado o documentário “ BCN: RISE & FALL”, que explicou o que é a arte urbana e as alterações da cidade de Barcelona após a aprovação da lei anti-graffiti. |
Apresentação do documentário " BCN: RISE & FALL" no café Montalto. |
21983 visitas Um dos objectivos desta segunda edição é criar novos circuitos de roteiros turísticos de forma a fomentar a economia da cidade e despertar a mentalidade das pessoas. O documentário apresentado baseou-se na evolução da cidade de Barcelona, que em 2004, aprovou uma lei anti- graffiti. Na sequência da nova lei, os artistas mais reconhecidos internacionalmente tiveram que expandir a sua arte para outros locais, e os velhos edifícios em ruína, que antes eram pintados por estes artistas, passaram a ser manchas na paisagem urbana. Uma mudança nesta segunda edição é o convite a"quatro artistas a trabalhar ao mesmo tempo” explica Lara Seixo Rodrigues, organizadora. Um dos artistas urbanos convidados é Diogo Machado (ADD FUEL), cujo trabalho é baseado na “reinterpretação e na reinvenção da azulejaria tradicional portuguesa”. No seu trabalho na Covilhã pretende basear-se nos padrões típicos e clássicos têxteis. Artur Bordalo (BORDALO II) artista urbano, conta que a sua inspiração para o trabalho é o que vive e o que vê. O seu trabalho baseia-se em críticas sociais: "agarro em algo que nos seja indiferente e tento construir uma coisa diferente”, diz. A peça na Covilhã tem por base os animais, e será construída através de materiais reciclados como forma de crítica ao consumismo, revela Artur Bordalo. Tamara Alves, artista convidada e autora de um mural, conta que já vinha com ideia de fazer algo que as pessoas se relacionem: "comecei com a influência da lã e dos lanifícios", explica. A artista alerta para a mentalidade limitada das pessoas acerca da arte urbana que visualizam como algo suja e destruidor de património. O WOOL pretende educar a cidade a nível de arte urbana através da reabilitação dos edifícios que são abandonados, e lutar contra aquilo que foi censurado durante muito tempo. São quatro os locais que vão ser telas das pinturas localizados na zona antiga da cidade, “uma parede lateral junta à Câmara Municipal da Covilhã, depois numa rua junto à igreja de Santa Maria onde já existe dois murais de artistas de Barcelona e, por fim, numa parede que está localizada no Mirador das portas do sol“, conta Pedro Rodrigues, organizador. Localizada em zonas esquecidas da cidade, a intervenção do WOOL pretende obrigar as pessoas a visitarem essas partesda cidade, habitada maioritariamente por idosos e que têm aceite muito bem a iniciativa. Pedro Rodrigues, organizador, defende que “o bom das intervenções em espaço público acaba por ser sempre a questão de que toca nas pessoas, acaba por transmitir uma mensagem nas ruas“. Os trabalhos na rua decorrem durante uma semana, entre 17 e 26 de outubro e o projeto pretende criar mais peças inspiradas na cultura da Covilhã para trazer mais vida à cidade. “Nós que já não vivemos a época dos lanifícios, faz relembrar um pouco das nossas origens, dos pontos fortes que já tivemos e podemos continuar a ter” explica João Adriano, habitante da Covilhã. Nesta segunda edição, os organizadores e os artistas pretendem superar as expectativas novamente e chamar a atenção da comunidade de modo a combater a carência de cultura da Covilhã. |
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