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Entre os caminhos do passado e os trilhos do futuro: 144 anos da cidade da Covilhã
Urbi · quarta, 22 de outubro de 2014 · A sessão solene da Assembleia Municipal que assinalou o 144º Aniversário da elevação da Covilhã a cidade ficou marcada por discursos de lembrança das conquistas do passado e a indicação de caminhos diferentes para o futuro. No Salão Nobre da Câmara Municipal foi ainda apresentada a nova imagem gráfica da cidade, sob o slogan “A Tecer o Futuro”. |
Presidente da Câmara Municipal da Covilhã discursa na sessão solene da Assembleia Municipal |
21973 visitas O passado da Covilhã, as suas gentes e as suas conquistas marcaram os discursos da sessão solene da Assembleia Municipal da Covilhã em dia de aniversário. Nas comemorações dos 144 anos de elevação a cidade, ninguém esqueceu as origens têxteis e industriais do concelho que fizeram dele aquilo que ele é hoje. O deputado do Partido Comunista Português (PCP), Vitor Reis Silva, foi o primeiro a usar da palavra na sessão para falar da importância de, no dia de aniversário, reflectir sobre o caminho percorrido. “O dia de aniversário da nossa cidade obriga-nos a um momento de reflexão sobre o caminho percorrido, o momento presente e o futuro por que cada um de nós é responsável por construir, agir no presente face à realidade hoje vivida” afirmou o deputado. Vítor Reis Silva relembrou depois algumas dificuldades sentidas desde sempre pelos trabalhadores e apresentou propostas para melhorar a qualidade de vida da cidade. O eleito pelo Partido Social Democrata (PSD), Francisco Moreira, discursou de seguida, tendo começado por lembrar as gentes da Covilhã com uma citação do “Pórtico” a “Lã e a Neve”, de Ferreira de Castro. A partir das palavras deste autor o deputado do PSD destacou ainda a força de trabalho do povo do concelho e o pioneirismo da cidade em tantas áreas. Alertando para os problemas da globalização, defendeu a importância da identidade local e questionou o trabalho desenvolvido pelo actual executivo. Preocupado com os resultados da auditoria realizada, Franciso Moreira realçou que estes “não devem constituir desculpa para a não realização de obra”. Mais crítico foi o discurso que se seguiu. Paulo Tourais, do Movimento Acreditar Covilhã (MAC), destacou as diferentes personalidades da Covilhã que a tornaram célebre e que fazem com que seja hoje um orgulho celebrar mais um aniversário, para passar depois ao ataque. “Temos por consequência um passado que nos honra e que devemos honrar. Mas hoje, neste 20 de Outubro de 2014, 144 anos depois da elevação da Covilhã a cidade, afinal o que devemos celebrar?”. Lembrando algumas das obras mais emblemáticas da cidade, Paulo Tourais questionou a capacidade do actual executivo para continuar a desenvolver o concelho. “A actual Câmara será capaz de perceber a sua missão de continuar a construir os equipamentos que ainda faltam na nossa cidade e no nosso concelho?” Referindo a auditoria realizada e a apresentação de resultados através de um panfleto que considerou “injurioso (...) e que apenas expressa sede de vingança para com o anterior executivo municipal (...) e para com o passado da Covilhã e dos covilhanenses”, o deputado do MAC encerrou a sua intervenção expressando preocupação com o futuro. “Comemoramos portanto um ano de governação socialista na câmara da Covilhã. O mesmo é dizer que comemoramos o 144º aniversário da Covilhã com preocupação e receio pelo futuro do nosso concelho”. A Assembleia continuou com a intervenção de José Pina Simão, representante do Partido Socialista (PS). As promessas eleitorais já cumpridas e o caminho que tem sido percorrido foram os principais aspectos realçados num discurso que terminou com a garantia de que o partido se “insta a trilhar o caminho do nós”, o único capaz de fazer face às adversidades. O Presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Vítor Pereira, tomou de seguida a palavra, para uma intervenção centrada no trabalho desenvolvido pelo executivo no último ano. No balanço que fez o presidente destacou as mudanças operadas na autarquia, ao nível dos recursos humanos e no relacionamento com os cidadãos. As questões económicas também marcaram o discurso de Vítor Pereira, que garantiu que vai sempre defender os interesses do município, apesar da pesada herança deixada pelo anterior executivo. "Encontrámos um passivo elevadíssimo, uma dívida exigível superior a 300% da média da receita anual dos últimos 3 anos, diversos processos em contencioso e um conjunto de outras situações que colocam ao atual executivo grandes desafios de gestão e necessidade de grande capacidade de trabalho, ação, imaginação e ginástica financeira". O autarca acrescentou ainda que vai "continuar a revelar toda a verdade sobre a gestão do Município nos últimos anos e, quando for caso disso, comunicar às autoridades competentes as situações menos claras que encontrar! Não se trata de nenhuma perseguição. Nada me move pessoalmente contra ninguém", realçou. Vitor Pereira falou também das obras com que o executivo pretende avançar, mas não esqueceu aquelas que deveriam ter sido concluidas no mandato anterior e que só agora foram retomadas, como o posto de turismo, o alargamento da rua Marquês D'Ávila e Bolama e o elevador do jardim. Para além destes há ainda os casos das promessas deixadas durante vários anos e que nunca foram cumpridas, como o caso do Estrada 512, "que foi promessa política de décadas dos anteriores Executivos, que há muitos anos tem prejudicado sobremaneira as populações do sul do Concelho, que nunca ninguém realizou e que com este Executivo será uma realidade". O último a discursar foi o Presidente da Assembleia Municipal, Manuel José dos Santos Silva, que relembrou novamente o passado da cidade e a importância que este tem na construção do futuro. “Acreditamos ser possível que os fios do passado iram continuar a tecer o futuro. Mas sem megalomanias, com rigor, com crença. Cremos ser possível que a Covilhã progrida equilibradamente, harmoniosamente, mas longe de interesses pessoais”. Consciente dos desafios que a cidade enfrenta Santos Silva defendeu que “a Covilhã não pode perder a esperança” e com este “projeto novo, renovado, assente numa sociedade mais fraterna, mais igual, é possível almejar um futuro melhor para todos. A sessão solene da Assembleia Municipal encerrou com a apresentação na nova imagem gráfica do município. Com o slogan "A Tecer o Futuro", o novo logotipo da Covilhã pretende relembrar a força da indústria têxtil e o papel que esta teve no desenvolvimento económico da região. O trabalho de Ana Gonçalves, ex-aluna da Universidade da Beira Interior na área do design, foi assim o escolhido para substituir o slogan "Cidade 5 estrelas", criado pelo anterior executivo. O Presidente da Câmara Municipal da Covilhã apelou no final à divulgação do novo símbolo. |
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