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"Barco Negro" no museu de Arte Sacra
Luís Oliveira · quarta, 19 de novembro de 2014 · Cultura O Museu de Arte Sacra da Covilhã recebeu, no dia 15 de Novembro, uma noite de fados que assinalou a exposição “Marcas de Santiago em Portugal”. A fadista Marta Ramos cantou e encantou com o fado "Barco Negro". |
21949 visitas A exposição “Marcas de Santiago em Portugal”, que esteve em exibição no Museu de Arte Sacra durante o mês de Outubro, foi revisitada com uma noite fados. A partir de uma das peças exibidas, “Santiago Pescador de homens”, a fadista Marta Ramos interpretou o fado "Barco Negro" e outros temas de teor sacro. O Coordenador dos Museus da Covilhã, Carlos Madaleno, explica que a ideia do concerto surgiu a partir da "peça feira em coro e em metal pelo escultor Carlos Silva". A mostra que teve lugar no museu deu a conhecer a peça que vai agora ser exibida noutros espaços. "Esta obra em concreto tem sido muito apreciada e é por essa mesma razão que ela vai estar exposta num congresso internacional que vai decorrer na Póvoa do Varzim, mais concretamente São Pedro de Rates, subordinada ao tema "Caminhos de Santiago" juntamente com uma outra peça de uma escultora covilhanense, Maria Esteves", realça Carlos Madaleno. A sessão de fados surgiu a partir da peça mas também como forma de dar resposta ao desejo do autor Carlos Silva, que tinha manifestado vontade de ouvir o fado "Barco Negro" nesta noite. O Coordenador dos Museus da Covilhã destaca ainda o facto de Compostela estar diretamente relacionada com a peça e o fado interpretado durante a noite. "A peça de Carlos Silva, em termos iconográficos tem uma arca, a arca que corresponde à arca tumular do Santiago que acaba por gerar todo o culto em Compostela. Aliás, muito rapidamente, Compostela deriva de "Campo das Estrelas" porque segundo a lenda foi uma chuva de estrelas que indicou esse mesmo tumulo", revela Carlos Madaleno. "O fado "Barco Negro" tem também a ver com este aspecto do túmulo do barco que é o barco que leva o corpo para uma outra dimensão. Daí que o autor da peça quis que este fado fosse cantado. Também o fado é património imaterial, é talvez o património português mais conhecido, e por isso fez todo o sentido termos aqui uma sessão de fados no Museu”, confessa o coordenador. Carlos Madaleno enaltece ainda o trabalho que tem sido desenvolvido no museu e a forma como os visitantes se têm mostrado satisfeitos com as diferentes iniciativas promovidas. "Nos no museu temos demonstrado que várias artes, várias filosofias se podem associar ao Museu de Arte Sacra. Designadamente temos aulas de ioga, o que parece à primeira vista que é algo que não se ajusta à arte sacra, mas pela filosofia de uma e pela filosofia da outra, no fundo tem o mesmo objectivo. Todas as artes, a escultura, a pintura, a performance, todas elas se associam e é isso que tentamos fazer, quer seja através das artes mais tradicionais, seja com as mais inovadoras, seja com aquelas que mais dizem ao povo Português, como é o caso de hoje com esta sessão de fados que provavelmente poderemos repetir com outros temas. As pessoas estão a gostar bastante. E acho que foi uma aposta ganha”. Depois da exposição na Covilhã a obra de Carlos Silva segue agora para São Pedro de Rates, na Póvoa do Varzim, onde, juntamente com o trabalho da escultora covilhanense Maria Esteves, vai integrar mais um mostra subordinadas aos "Caminhos de Santiago". |
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