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Museu de Lanifícios destaca tecido que nasceu na Escócia e se impôs no mundo
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 8 de julho de 2015 · @@y8Xxv A exposição que o espaço museológico da UBI vai ter patente até setembro é dedicada ao tartã, um lanifício que identifica tradicionalmente a Escócia, mas que se disseminou pelo planeta e continua a ser usado na moda. Também foi produzido na região. |
A mostra temporária exibe peças e objetos, lembrando figuras icónicas da Escócia |
21998 visitas “A magia do xadrez nos lanifícios: os tartãs escoceses” é o título da exposição que o Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior (ML-UBI) tem patente até final de setembro, para destacar um produto derivado da lã que se disseminou pelo mundo e se tornou um ícone, também na moda. Nesse “périplo” pelo mundo, também teve expressão em empresas da região. Até 27 de setembro, é no Núcleo da Real Fábrica Veiga que os visitantes podem observar peças produzidas em tartã e outros objetos que recorrem ao padrão do também designado xadrez escocês e a referência a personalidades de uma Escócia de onde partiu aquela que o diretor do ML-UBI chama a primeira civilização mediterrânica: os Celtas. “É uma cultura que junta tudo. Junta todos os sentidos num pano, na música, nas suas expressões, na sua mística, nos seus padrões”, refere António Santos Pereira, que acrescenta: “Esta é uma exposição intensa. Tem a história do Ocidente de há 3.000 anos para cá”. Essa viagem começa com um tecido que é produzido na Escócia, mas que depois ganha importância enquanto identidade nacional ou institucional, como explica Helena Correia, responsável pela pesquisa de que resultou a mostra temporária. “Tornou-se uma tradição quer ao nível dos clãs, representando ou estando associado às famílias escocesas, e pode identificar uma instituição, uma corporação ou uma empresa”, explica. Usado no tradicional kilt e adotado no uniforme do exercito do Reino Unido, o tecido tornou-se universal. E isto está patente nas peças expostas, que pretendem “demonstrar que o tartã, que é um tecido tipicamente feito em lã, tem sido ciclicamente utlizado na moda para peças de vestuário”, refere ainda Helena Correia. A partir dos anos 60, com o movimento hippie, depois com o punk, surgiu um nome incontornável da estilista Vivienne Westwood, que “introduziu o tartã na cultura punk e continua a utilizálo recorrentemente nas suas coleções”. Na exposição é apresentado o tecido e explicada a sua origem e história, em vários subtemas. Um fala da Escócia enquanto o país ou a nação de onde se originaram os clãs e a sua associação ao tartã. Depois, na atualidade e na sua utilização na referida moda. “Tentamos retratar um pouco a Escócia, os símbolos e as imagens icónicas como a gaita de foles, o whisky escocês, o golf, personalidades ilustres ou aquelas imagens que temos do castelo à beira de um lago, com as montanhas em fundo. Tudo para enquadrar o tartã”, descreve Helena Correia. Se a Universidade da Beira Interior é um espaço privilegiado para uma exposição sobre os lanifícios e sobre moda, o mesmo se passa com a região da Serra da Estrela. As muitas fábricas que laboravam na zona também produziram o tartã e uma descoberta no espólio do ML-UBI revelou-o. “Temos um arquivo histórico, com vários têxteis, sobretudo de empresas da região da região da Serra da estrela”, explica Helena Correia, revelando: “Descobrimos, nos nossos afazeres de tratamento e organização do fundo, uma coleção que se chamava com seis volumes de mais de 300 amostras de tartãs. Tinham sido produzidos por uma empresa de Manteigas”. |
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