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Vítor Pereira acusa Carlos Martins de “tentativa de golpe de estado”
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 9 de setembro de 2015 · Região O presidente da autarquia divulgou uma carta aos militantes socialistas onde explica porque retirou a vice-presidência da Câmara da Covilhã a Carlos Martins. O antigo número dois da autarquia diz que a acusação é “anedótica”. |
Câmara da Covilhã |
21974 visitas A clivagem entre Vítor Pereira, presidente da Camara da Covilhã, e Carlos Martins, que foi vice-presidente da autarquia até à última semana, parece estar para continuar. Após a retirada da vice-presidência ao também líder da Concelhia do PS e tomada de posição desta estrutura partidária, que pediu a revogação da decisão, o chefe do executivo municipal tornou pública uma carta enviada aos militantes do PS onde escreve que Carlos Martins tentou um “golpe de estado” ao nomear, “sem apoio legal, o seu gabinete de apoio com a tentativa de criar um executivo dentro do Executivo”. Na resposta, Carlos Martins considerou a acusação “anedótica”. A carta surge como resposta ao pedido da Concelhia para que o número dois da lista que venceu as autárquicas no município em 2013 voltasse a ser reconduzido na função. Isto aconteceu na segunda-feira, dia 31, no mesmo dia em que Vítor Pereira assinou o despacho que retirava a vice-presidência ao colega de executivo, mas o mantinha como vereador a tempo inteiro, com pelouros atribuídos. Apesar de, na sexta-feira, dia 4, no final da sessão do executivo municipal, que decorreu à porta fechada, o presidente da Câmara ter afirmado que a reunião tinha “decorrido num clima sem problemas”, anunciou ter explicado aos militantes do Partido Socialista por carta os motivos da decisão do início da semana. Recusou-se, na altura, a revelar o conteúdo à comunicação social. Situação que se alteraria no início desta semana. Além da referência a um eventual “golpe de estado”, Vítor Pereira escreve que o “vereador Carlos Martins tem todo o direito de aspirar a ser candidato à presidência da Câmara da Covilhã, mas se tem, porque tem esse direito, exige-se-lhe que, enquanto for vereador, seja leal para com os seus colegas de vereação e para com o Presidente”. Tal como já tinha afirmado, lembra ter tido uma “infinita paciência e tolerância para com os comportamentos do senhor vereador Carlos Martins, mas tudo, tudo, tem limites”. Ainda assim, “face à gravidade deste comportamento”, salienta que “poderia ter ido mais longe na atitude assumida”, mas quer manter um clima de trabalho na Câmara da Covilhã: “Quero ficar convencido que ainda é possível criar um estado de relacionamento que o exercício do cargo político exige e que os covilhanenses merecem. Está nas mãos do senhor vereador Carlos Martins”. Trabalhar em prol da Covilhã sim, mas a acusação de golpe de estado é “anedótica” e a carta tem “várias mentiras”, respondeu Carlos Martins, numa declaração à Agência Lusa, onde diz que o presidente da câmara teve “falta de lealdade”. “Um golpe de Estado na Câmara da Covilhã? Isso só pode ser encarado como uma piada. É no mínimo anedótico”, disse o socialista, na informação à Agência, divulgada pelo site Diário Digital de Castelo Branco. “Aceito e aceitei a decisão, mas a forma como tudo se passou foi uma verdadeira facada nas costas. Acho que o senhor presidente não foi leal comigo, devia primeiro ter conversado com este colega de equipa”, acrescentou, anunciando que irá pedir uma reunião de urgência a Vítor Pereira, no sentido de esclarecer toda a situação. Carlos Martins não estará na disposição de abandonar as funções no executivo municipal, tendo já dito, no passado, que “pretender continuar a trabalhar na Câmara da Covilhã, por muitos anos”. |
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