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Estudantes internacionais para colmatar descida na procura nas engenharias
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 9 de setembro de 2015 · UBI A captação de alunos estrangeiros é vista como uma solução para o Ensino Superior português e a área das engenharias combaterem a descida da procura, foi defendido na UBI num debate onde participou o secretário de Estado do Ensino Superior. |
O debate decorreu no âmbito do ENE3 – Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia Eletrotécnica |
21977 visitas O futuro das engenharias e do Ensino Superior em Portugal passa por algumas mudanças, mas a captação de estudantes internacionais é uma das estratégias que as instituições encaram como uma solução. Esta é uma das ideias expressas no debate que a Universidade da Beira Interior (UBI) recebeu na quinta-feira, dia 3, integrado no programa do ENE3 – Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia Eletrotécnica. Foram mais de duas horas de um diálogo em que participou o secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, António Fidalgo, reitor da UBI, Marisa Almeida, docente da UBI e representante da Ordem dos Engenheiros, e José Costa, diretor da AAUBI. O tema da pouca apetência dos estudantes para as áreas da engenharia – e das ciências exatas – é recorrente e acaba por revelar-se um problema, no período de colocação de novos alunos. Poucas vagas são ocupadas na grande maioria das instituições de Ensino Superior, apesar dos responsáveis reclamarem a qualidade da formação nacional nesta área. A solução passa pelo recrutamento de alunos estrangeiros, em especial dos países lusófonos, lembrou António Fidalgo, que tinha uma boa notícia para anunciar, neste aspeto. “Nós ainda não temos o resultado do Concurso Nacional de Acesso, mas sabemos que Engenharia Eletrotécnica e Engenharia Eletromecânica já estão garantidas. Ou seja, já temos 10 alunos, no mínimo. É muito do trabalho que nós fazemos de captação de alunos. Obviamente que não havendo candidatos em Portugal, vejo o Ensino Superior em Portugal a alterar-se. E a alterar-se radicalmente no sentido da internacionalização”, disse o responsável da UBI, acrescentando que o espaço lusófono deve ser um local de procura de estudantes. De Angola, por exemplo, chegarão à UBI 40 estudantes internacionais, pagos pelo governo daquele país, “fundamentalmente para as hard sciences”, salientou. José Ferreira Gomes considerou que esta tendência, favorecida com a aprovação do Estatuto do Estudante Internacional, no ano passado, pode ser uma solução para as instituições de Ensino Superior do Interior do País. “Têm um potencial de atração que tem de ser explorado, com indicadores de qualidade real e não artificial”, segundo o secretário de Estado, lembrando que “para os estrangeiros, estudar na Covilhã, em relação a Lisboa e Porto, é mais barato e pode ser uma vantagem para alguns, porque têm um acompanhamento mais próximo, são tratados individualmente e não ficam perdidos na cidade”. “Achamos também que tem de haver esta aposta”, sintetizou Marisa Almeida, que considera a rede portuguesa de academias com capacidade de recursos humanos e instalações “para receber os estudantes” que faltam em Portugal. Num debate moderado por Pedro Bernardo, licenciado em Engenharia Civil e mestre em Gestão Industrial pela UBI, houve também tempo para falar das escolas do Interior. José Gomes Ferreira considera que “desempenham um papel importante nas regiões onde estão instaladas” e precisam de incentivos públicos para que os alunos se sintam atraídos ou fiquem nessas regiões”. E deve haver uma promoção por parte dos próprios alunos, aqueles que os mais jovens ouvem melhor, para os incentivar a escolher estas universidades ou politécnicos das zonas do Interior”, disse o responsável. Um trabalho que tem sido feito pela AAUBI, segundo José Costa: “Com as nossas posses, temos feito algumas ações. ‘Future on UBI’, começou este ano e organizamos duas iniciativas aqui na cidade da Covilhã. O objetivo é através dos nossos estudantes, nós próprios da AAUBI e os núcleos, divulgamos as componentes dos cursos”. |
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