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Ritos de iniciação pela Europa
Amanda Barbosa (Univ. Federal de Juiz de Fora) e Gabriela Helena (Univ. Federal de Juiz de Fora) · quarta, 28 de outubro de 2015 · Continuado Com origem na Idade Média, as praxes rapidamente se espalharam e hoje são tradição em todo o continente Europeu. |
Participantes da Latada 2015 na praça de Covilhã. Foto: Brasileiros na Covilhã |
21970 visitas A realização de praxes e a famosa semana de recepção aos calouros já se tornou tradição na Universidade da Beira Interior a cada ano que se inicia. Os ritos são importantes na vida dos novos alunos, tanto para conhecerem a universidade como para se integrarem com seus novos colegas. Atualmente, os ritos de iniciação se espalharam e são comuns nos mais diversos países, cada um com suas particularidades. Na Polônia, os estudantes organizam acampamentos denominados “camp of 0 year” onde acontecem atividades para que os calouros conheçam os colegas dos vários cursos. “Há festas, workshops, churrascos e jogos na floresta. No último dia ocorre uma reunião com autoridades universitárias e depois as praxes, em que os alunos mais velhos colocam líquidos estranhos em pratos e os calouros precisam correr ou rolar com eles”, relembra Magdalena Kostecka, estudante da Poznan University of Technology, em Poznan. Segundo Łukasz Świderski, aluno da Bialystok University of Technology, em Bialystok, a maior celebração polonesa é a “Rzeszowskie Juwenalia”, uma semana acadêmica realizada em maio pelas ruas das cidades. Nela ocorrem desfiles, shows e outras atrações. Outro importante festival de recepção de novos alunos são as “novatadas” comumente realizadas em grandes cidades espanholas. De acordo com o espanhol David Paredes, da Universidade Politécnica de Madrid, “as novatadas são muito parecidas com o que acontece aqui, na Latada. Sua ideia principal é fazer piadas, sujar e brincar com os calouros. Também há reuniões para explicar e dar orientações gerais aos novos estudantes”. Já na Galícia as praxes não são comuns e as brincadeiras são menores, realizadas entre os próprios estudantes nas suas residências. “Elas são bem mais leves, o máximo que eu já vi fazerem foi colocar laxante nas comidas dos calouros”, conta Antonio Arias, da Universidade da Coruña. A semana de recepção na Alemanha recebe o nome de “Ersti-Woche” e várias atividades compõem as praxes. Uma delas é uma visita guiada que ocorre dentro da cidade e da universidade com a finalidade de que os novos alunos conheçam e se integrem com o seu novo meio. Outra é o “abraço à igreja”, em que os calouros “tem que fazer em volta de uma igreja um cordão com as próprias roupas. Como a igreja é grande, eles têm que se juntar e conseguir muitas peças para conseguirem. Tudo isso acontece no inicio de outubro, quando já está frio”, conta a alemã Léonie Clara, da Munster University. De acordo com o italiano Tomasso Bacci, estudante da Universidade de Módena e Reggio Emília, a instituição tem maiores atividades para os alunos internacionais. Para os calouros italianos não há celebrações: “no início do semestre as aulas começam imediatamente, não há festas e festivais para integração. Para se integrar você precisa ir para as aulas e conhecer os colegas na classe. As praxes são mais comuns em cidades maiores, como Roma”. Na Turquia, no decorrer da primavera acontecem os grandes festivais realizados pelas universidades. Durantes três dias ocorrem shows e, ao invés dos turcos celebrarem o início do semestre, as festas são realizadas no final, para comemorar o término do período letivo. “Os estudantes cantam, fazem performances e às vezes, alguns famosos cantores turcos vão para as celebrações”, segundo o estudante Fatih Sönmez, da Çanakkale Onsekiz Mart University. Na Covilhã, a recepção para os mais de mil novos alunos da UBI começou no dia 17 de outubro e terminou no sábado, 24. |
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