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"Metamorfoses do Burel"
Carla Sousa · quarta, 20 de janeiro de 2016 · Cultura A exposição "Metamorfoses do Burel", da autoria de Vasco Pereira, foi inaugurada no dia 14 de janeiro na Galeria da Real Fábrica Veiga, pertencente ao Museu dos Lanifícios da Covilhã. É constituída por 32 peças que representam motivos florais, coralinos e geométricos, com uma paleta de cores que vão desde as cores naturais da lã até às cores vibrantes do burel tingido com outros tons. |
As peças, expostas até dia 28 de fevereiro, encontram-se à venda, a preços que vão desde os 25 aos 250 euros |
21967 visitas Desde 2013 que Vasco Pereira se dedica à realização de trabalhos artísticos em burel, um tecido artesanal português totalmente feito a partir da lã, escolhido pelo artesão devido à sua espessura, firmeza e resistência. No entanto, Vasco Pereira considera que este "é um trabalho bastante minucioso, que requer uma certa experiência para trabalhar os moldes até chegar à conclusão final". Nas suas obras, inspiradas na natureza, o artista refere que pretende provocar "reações nas pessoas". Aproveitando o ressurgimento do burel, Vasco Pereira acredita que este poderá ser um bom momento para "revolucionar o tecido da zona, dar nome ao burel, àquele que foi um tecido chamativo e que o é cada vez mais", assegura. Helena Correia, técnica superior de arquivo do Museu dos Lanifícios, explica que "o burel foi símbolo de pobreza e riqueza ou de dor e luto, utilizado quer por pessoas pouco abastadas como pela realeza". A colaboradora do museu refere "a importância que este tecido teve nesta região montanhosa da Serra da Estrela, que tantas vezes serviu para agasalhar os pastores". Os visitantes da exposição ficaram rendidos ao trabalho do artista. "É uma utilização muito original do burel, o Vasco teve a capacidade de fazer do tecido uma obra de arte", diz Gabriel Magalhães, visitante da exposição. Já para Ana Mousaco, "o trabalho está muito bem feito, consegue-se ver que tem técnica, há que ter delicadeza para trabalhar com este material". A visitante considera que "o burel pode ser muito mais do que só casacos". De resto, as opiniões foram unânimes quanto à "necessidade de preservar uma tradição regional, que para se manter viva tem que ser recriada e reinventada", assegura Gabriel Magalhães. As peças expostas encontram-se à venda, a preços que vão desde os 25 aos 250 euros. A exposição estará patente ao público até dia 28 de fevereiro. |
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