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Luzes da Quaresma iluminam a Covilhã
Joana Reis · quarta, 9 de mar?o de 2016 · Região Exposição de candeeiros da coleção Alberto Alves dá vida ao Museu de Arte Sacra. |
Candeeiros de Azeite |
21981 visitas O Museu de Arte Sacra da Covilhã, acolheu no passado dia 3 de março mais uma exposição. A sessão de abertura começou pelas 18h, e a mostra estará patente até dia 29 de março. Intitulada de “Luzes da Quaresma” a exibição conta com 33 candeeiros de azeite que representam a arte tradicionalmente portuguesa de trabalhar o metal. As peças são maioritariamente em latão, mas também se encontram alguns exemplares em bronze, prata e cobre. A sua utilização inicial servia para cerimónias fúnebres e quaresmais, essencialmente no que dizia respeito a famílias ricas e de prestígio. Atualmente os candeeiros de azeite caíram em desuso e no esquecimento, devido a já não ser permitido velar os mortos na própria casa. Originais no período romano, os exemplares que encontramos nos dias de hoje remetem para os séculos XVIII, XIX e para a primeira metade do século XX. As 33 peças são então representadas como os 33 anos de Cristo, e o principal motivo em que se insere a exposição são as comemorações da morte e ressurreição de Cristo próprias da Páscoa. Pelo facto de esta exposição estar inteiramente relacionada com a religião e a Quaresma, a sessão de abertura começou com uma sessão de canto, “Canto da Verónica”, na voz de Leonor Narciso. Este canto ainda é muito utilizado no período quaresmal. Alberto Santos Alves não se considera propriamente um colecionador, mas sim “um acumulador”. A fascinação para acumular algumas coisas surgiu já de tenra idade, inicialmente a colecionar papéis de rebuçados e selos entre outras coisas. O gosto por este hobbie “começou cada vez mais a crescer e a expandir-se e a alcançar novos horizontes”. O colecionador não sabe dizer ao certo quantos itens de coleção tem na sua posse, apenas caracteriza este hobbie como “um círculo vicioso e compulsivo”. Com algumas coleções de maior ou menor interesse, admite que se dedica mais às que têm um caráter afetivo. Colecionador a tempo parcial realça também ter em conta o nível monetário, pois surgem algumas impossibilidades, como “colecionar carros de luxo”. Carlos Madaleno, Coordenador dos Museus Municipais declara privilegiar a arte e o colecionismo que surge na comunidade, para dar a conhecer algo que “não está acessível diretamente a outras pessoas e gerar sentimentos de pertença que nos permitam verificar a arte dos nossos antepassados e ter orgulho dela”. O responsável pelos museus sublinha a importância desta exposição na época quaresmal porque “a chama dos candeeiros representa a luz da paixão de Cristo”. |
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