Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Quando viver com menos significa viver com mais
Ana Esteves · quarta, 23 de mar?o de 2016 · Região A associação Coolabora organizou no passado dia 16 de março um debate sobre o Decrescimento. Este debate contou com a participação de Márcia Luz, da Comunidade Monte dos Carvalhos, de André Barata, professor da UBI, e foi moderado pela jornalista Sónia Sá. |
Fotografia retirada do Facebook da Coolabora |
21951 visitas “Um dia vamos ter que nos confrontar com o fim do trabalho”, afirmou André Barata no início da sua alocução. Este foi o mote para o início da discussão sobre o Decrescimento e as necessidades de consumo artificialmente construídas. A ideia de Decrescimento não significa um crescimento negativo mas sim "um acrescimento, uma denúncia de que grande parte deste ciclo económico está a mais". Nesta ideia reside uma crítica profundo ao actual modelo económico, sendo que temos necessidades básicas que deveriam ditar o processo de produção. Porém o que sucede é que “as necessidades não ditam a produção, mas sim a produção dita as necessidades”. Dentro da produção existe também uma "produção de necessidades" que servem para manter o ciclo produtivo pois este dá lucro. Atualmente as pessoas trocam de carro em média de quatro em quatro anos, compram um telemóvel e já estão a pensar no modelo que vai sair a seguir: estas são um exemplo de necessidades artificiais que são incutidas nas pessoas. A ideia do Decrescimento passa por fazer determinadas escolhas que tornem a sociedade mais sustentável e equilibrada socialmente. “E se pensarmos na ecologia como um problema económico?” foi a pergunta de ordem do raciocínio de Barata pois, “existe uma quantidade de conceitos do pensamento ecológico que podiam migrar para a economia”. Márcia Luz, da Comunidade Monte dos Carvalhos situada na Cordilheira da Gardunha, deu o seu testemunho de uma vida simples, comunitária e em harmonia com a natureza. Ao longo do debate foram dados vários exemplos e testemunhos pelo público, como o de Graça Paços, que afirmou viver tão bem com 500€ como vivia com o seu antigo salário de professora primária pois "o dinheiro está relacionado com velocidade e acarreta sempre má fé". |
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