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Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Uma criatura que sente
João Botão dos Santos · quarta, 15 de mar?o de 2017 · Continuado
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22019 visitas Edgar Valente é um jovem natural da Covilhã que apesar de ter entrado no ensino superior e ingressado no curso de Ciências da Comunicação na UBI, depressa percebeu que o “bichinho” da música e a vontade de pisar palcos falou mais alto. “A voz sempre foi um veículo para me conectar com o mundo”, começou por revelar o jovem natural da Covilhã. “Queria tornar-me músico e artista, precisava de me reencontrar e de me redescobrir”, confessou mostrando a necessidade de sair de um ensino que não tem muito espaço para respirar. Começou desde cedo a tocar ao vivo, tinha apenas seis anos quando se iniciou nas lides do mundo da música o que facilitou o seu futuro nesta arte. Depois de desistir no final do primeiro ano do curso de Ciências da Comunicação, acabou por ir parar ao “Sou Movimento e Arte”, uma escola alternativa em Lisboa, um local onde “teve um ano inteiro de ensino e só precisou do caderno uma vez”. Na escola tudo era à base de experiências, era como que um desafio para a criação. Depois de alguns projetos concretizados surge a Criatura. Foi precisamente através de um concerto em Serpa dos “Compotas”, uma banda Funk, que descobriu a residência artística Musibéria, local para onde decidiu concorrer e acabou por conseguir ficar. Esteve durante sete meses numa casa paga, onde tinha um estúdio onde podia gravar e um possível financiamento que estaria disponível consoante o projeto que fosse apresentado. A sua proposta foi a criação de um disco, foi aqui que deu os primeiros passos para a instituição do seu grupo musical, com o objetivo de reinventar a música tradicional portuguesa. Ao longo de sete meses dividiu o palco com outros nove artistas a criar nas mais diferentes vertentes, sendo que a ideia passava por juntar a eletrónica com o mais tradicional, fundindo os dois mundos num só. Surgiu então uma banda de 11 elementos com todos os tipos de instrumentos tradicionais portugueses, vindos das mais diversas vertentes, pessoas tão distintas que Edgar pensa ser essa “a grande valência e o grande segredo da Criatura”. Aos 11 acabou por se juntar o grupo coral de cante alentejano da Casa do Povo de Serpa. Toda esta fusão culminou com a saída do primeiro disco intitulado “Aurora”, no mês de fevereiro. No fim dos sete meses o financiamento terminou e o projeto tornou-se independente, algo que não preocupa o jovem. “Não queremos algo comercial para vender logo, queremos trabalhar algo para ser intemporal”, confidenciou o jovem músico, aconselhando os jovens da plateia a não terem medo de arriscar. Neste momento o jovem acabou por se fixar na Covilhã, onde sente que pode ser mais relevante. “Estou por cá e a minha ideia é ficar por cá para ajudar a desenvolver a Beira Interior e o meu próprio Interior”, concluiu. |
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