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O tecer da sétima arte
Jenifer Tang · quarta, 20 de dezembro de 2017 · Continuado Antiga fábrica têxtil da Covilhã renasce com arte promovida pelo UbiCinema. |
Aluna de Cinema exprime a sua arte através da pintura |
22066 visitas Há anos que a fábrica têxtil deixou de produzir, mas atualmente o movimento neste espaço assemelha-se aos anos em que era uma das unidades mais dinâmicas da cidade. Já não se produz tecido, mas artes de todos os tipos, servindo ainda de palco para as mais variadas atividades, como o UbiCinema’17, que, no dia 15 de dezembro, passou pelo New Hand Lab. O UbiCinema é um festival da sétima arte inteiramente organizado pelos estudantes de Cinema da UBI. Este ano celebra o seu 13º aniversário e neste dia foi dividido em duas partes: pela manhã, no anfiteatro da Parada, os estudantes fizeram as suas últimas apresentações sobre os temas que foram trabalhados ao longo do semestre e contaram ainda com uma masterclass, com o professor Paulo Cunha, onde debateram o movimento cineclubista em Portugal. No último dia em que os alunos do curso de Cinema têm oportunidade de mostrar os seus projetos, o New Hand Lab serviu de palco para a Arte D’Ocupação, uma atividade que cativou dezenas de espectadores que passaram pela fábrica nessa tarde e tiveram a oportunidade de assistir a diferentes atividades artísticas como instalações, escultura, pintura, performance e teatro. Na antiga fábrica têxtil houve também uma apresentação de shortcutz (curtas-metragens) dos alunos. Carolina Coelho, estudante de 3º ano no curso de Cinema, explicou que a arte é efémera. "É isso que queremos mostrar, porque muitos de nós fazem mais do que cinema”, diz. Sobre o New Hand Lab salienta que veio“dinamizar a cidade a nível cultural” porque “a Covilhã está mesmo a precisar”. A aluna exibiu a sua curta-metragem “N” que a levou a ganhar o prémio “Shopia Estudante", na categoria de experimental: “Vou estrear a instalação aqui e não podia escolher um sítio melhor não só pelo contexto, mas também pelo sítio”, completou carolina Coelho. Uma das espectadoras, Irma Freitas, estudante de cinema, explica que “é uma ótima iniciativa” admitindo que “nunca tinha ido a algo deste género, pelo menos na Covilhã”. No entanto quando soube da atividade admite que ficou “muito interessada em saber o que ia acontecer” revelando ainda que participou em quase todas as atividades do UbiCinema. Débora Gonçalves, estudante do 3º ano de Cinema e também uma das produtoras do UbiCinema’17, revela que “trazer cultura para o New Hand Lab tem sido uma prática recorrente na Covilhã” considerando “muito benéfico poder utilizar as estruturas que estão em detrimento para expor arte”. Em termos de reconhecimento, a produtora declara que o espaço “não tem reconhecimento que chegue” porque “falta muita divulgação”, no entanto não deixa de considerar que “quem procurar conhecer acaba por encontrar”. Para encerrar o festival, foram premiados alunos de licenciatura e mestrado de Cinema, para categorias diferentes como melhor direção de arte, realização, som e fotografia, melhor argumento e ainda melhor filme, para o júri e para o público. Como melhor filme para o público, o vencedor foi “Planeta Caravana”, de Sara Canaverde, aluna de licenciatura. Em mestrado, o vencedor de melhor filme simultaneamente para o júri e para o público, foi o filme “Fidalga”, realizado por Flávio Ferreira. A organização atual do UbiCinema, que altera todos os anos de elementos, acreditam que a ligação entre a fábrica e o cinema se irá manter, porque demarcam o sucesso desta sua primeira vez no New Hand Lab.
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