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Cor e fantasia em exposição na Tinturaria
Inês Ferreira · quarta, 14 de mar?o de 2018 · Primeira exposição a solo de Jorge Luiz conta com 63 obras. O gosto pela conjugação das cores transparece nos trabalhos do pintor e artista plástico covilhanense. |
Quadro em execução, ao centro, do pintor Jorge Luiz. |
21975 visitas “Faço isto pelo prazer de pintar e não pelo prazer de vender”, declarou o pintor Jorge Luiz, na inauguração da sua primeira exposição a solo, no dia 6 de março. A galeria de exposições Tinturaria, na Covilhã, foi o espaço escolhido para a exibição de 63 quadros do artista plástico covilhanense Jorge Luiz. Na inauguração, Luiz contou com a presença de amigos que acompanham o seu trabalho desde há vários anos e que sempre o incentivaram a mostrá-lo a um maior número de pessoas. No evento, esteve também a vereadora da Câmara Municipal da Covilhã, Regina Gouveia. O gosto de Jorge Luiz pela pintura surgiu quando era criança, mas naquela altura teve de adiar o sonho, apesar de ter sido incentivado várias vezes a seguir a profissão de pintor. “Quando fiz a minha formação profissional, foi nos anos 60. Nessa altura viver da pintura era quase impossível e tive de seguir outra profissão”, declarou Jorge Luiz, que se tornou empresário de profissão. Em 2014, ano em que se reformou, começou a dedicar-se à pintura a tempo inteiro. Hoje, aos 70 anos, sem nunca ter pensado em fazer uma exposição a solo, mostra ao público as obras em que deposita uma enorme paixão pela conjugação das cores, afirmando que “correr por gosto não cansa”. “Quando chego à conclusão que consegui por no quadro aquilo que estava no meu subconsciente, assino o quadro e ponho-lhe a data e aí já não é meu, é de quem o quiser admirar”, afirma Jorge Luiz. Para o pintor, “o quadro é uma forma de comunicar e todos os quadros têm uma mensagem”, cabendo a cada pessoa interpretá-la. Atualmente, o artista chega a pintar três ou quatro quadros ao mesmo tempo no New Hand Lab, antiga fábrica reconvertida em espaço para as artes, onde Jorge Luiz tem um atelier há cerca de três anos. Pintados a acrílico ou a óleo, os temas dos quadros são diversos: a serra, a cidade da Covilhã, arte deco, Charlie Chaplin ou mesmo tourada. Também a paixão pelo mar e pelos barcos servem como fonte de inspiração para o pintor, que admite que o tema da água é uma coisa que o satisfaz. Francisco Afonso é amigo de longa data de Jorge Luiz e reconhece que o pintor está numa fase da vida “muito interessante”. Afonso acompanha diariamente o trabalho do artista no atelier, afirmando que o amigo “leva muito a sério este trabalho”. Jorge Luiz apelou ainda a que os jovens artistas não desistam dos seus sonhos, mesmo que não consigam fazer da arte profissão, tal como aconteceu com ele. “A arte, na minha opinião, é o único remédio que cura muitas doenças e não tem contraindicações”, defendeu Luiz. Na galeria de exposições Tinturaria, espaço dedicado à cultura e à arte, os quadros exibidos estão datados desde 1999 até ao mais recente, concluído em 2018, em que o pintor trabalhou pela primeira vez em xisto. Para a vereadora da Câmara da Covilhã, a iniciativa pretende valorizar o talento do artista, sendo “fundamental expor o seu trabalho e torná-lo acessível a todos”. Regina Gouveia destacou assim a importância de se investir na cultura e no apoio às artes e aos artistas. Num breve discurso, Jorge Luiz agradeceu a todos os amigos e pessoas que o incentivaram a mostrar a sua arte, e também à secção de cultura do município, que lhe proporcionou esta possibilidade. A exposição “Cor e Fantasias” está aberta ao público de 6 a 31 de março na galeria de exposições Tinturaria, no Rossio do Rato, e tem entrada livre de terça a domingo das 10 às 18 horas. |
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