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Os desafios da AAUBI para 2019
Rafael Mangana · quarta, 16 de janeiro de 2019 · UBI Os órgãos sociais da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) tomaram posse na quinta-feira, 10 de janeiro. O presidente reeleito, Afonso Gomes, aproveitou a ocasião para traçar os objetivos para 2019, sendo o principal uma maior representatividade da AAUBI no Conselho Geral da UBI. |
Afonso Gomes, durante a tomada de posse |
21946 visitas “Na sua constituição, o Conselho Geral contempla a representação de um aluno por cada faculdade existente na UBI, mas deixa de fora a sua Associação Académica. Por isso, irei lançar o desafio ao Reitor e ao presidente do Conselho Geral para que seja alterado o regulamento do órgão máximo da nossa universidade, incluindo no mesmo o presidente da Associação Académica, para que possa representar de uma forma mais abrangente o interesse de toda a comunidade estudantil”. Este é o principal desafio lançado por Afonso Gomes para 2019. Durante a cerimónia de tomada de posse dos órgãos sociais da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI), que decorreu na Faculdade de Engenharia da UBI na quinta-feira, 10 de janeiro, o presidente reeleito mostrou-se ainda satisfeito com a redução do valor máximo das propinas no Orçamento de Estado para 2019. “Este ano trouxe-nos boas notícias no que toca à fatia de financiamento direto por parte dos estudantes em relação às instituições de ensino superior. Falo obviamente da redução do teto máximo da propina dos 1068 euros para os 856 euros”, referiu o presidente da AAUBI. “Contudo, é importante recordar a necessidade de alterar a lei de bases pois esta redução só está contemplada na lei do orçamento para 2019, podendo ser revertida em 2020. Entendemos ainda que alternativas que venham a ser apresentadas pela tutela ou pelas instituições para fazer face a esta diminuição não podem passar nunca pelo aumento das taxas que sobrecarreguem os estudantes”, alertou Afonso Gomes. Outra das medidas a implementar pela AAUBI em 2019 passa pela criação de um departamento ligado à inovação e à internacionalização. “A nossa associação, à semelhança da UBI, cresce a olhos vistos e torna-se basilar ter uma estrutura que consiga acompanhar de uma forma competente e profissional todos os projetos em que estamos inseridos. A alteração mais visível nessa matéria é a criação de um departamento vocacionado para o empreendedorismo e para a internacionalização com a finalidade de aproximar os estudantes que terminam os seus ciclos de estudo às empresas e também dar um acompanhamento mais próximo a todos os estudantes internacionais que compõem a nossa universidade”, justificou o estudante de Mestrado em Ciência Política. Afonso Gomes aproveitou ainda a tomada de posse para manifestar preocupação relativamente ao alojamento dos estudantes. “Urge a necessidade de se passar do debate acerca da construção de novas residências académicas para a sua efetivação. Atualmente a UBI tem cerca de 7400 estudantes e desses, cerca de 5000 estão fora da sua área de residência, e a universidade apenas dispõe de 800 camas nas suas instalações”, lembra. “Essa situação obriga os jovens a procurar o mercado privado, aumentando a especulação imobiliária, e alimentando também, por falta de alternativa e necessidade extrema, o mercado paralelo”. O abandono da região por parte dos alunos formados na UBI foi outro dos pontos aflorados por Afonso Gomes: “todos os anos saem da UBI cerca de 800 alunos formados, sendo que muitos deles abandonam o interior e deslocam-se para o litoral à procura de uma oportunidade por desconhecerem as ofertas de emprego na nossa região e, muitas das vezes, até por inexistência das mesmas. É fundamental que neste aspeto, para que se aproveite a mão de obra especializada que muitos benefícios poderiam trazer ao concelho em todas as áreas, que o município defina uma estratégia clara relativamente ao que pretende para o seu futuro e assuma aquilo em que a Covilhã se tornou: uma cidade universitária”. A continuidade da parceria entre UBI e Câmara da Covilhã para a realização da feira de emprego, a realização de parcerias com os municípios do Fundão e de Belmonte para que a região possa acolher novamente a fase final dos campeonatos nacionais universitários foram outros dos objetivos anunciados durante a cerimónia da tomada de posse dos órgãos sociais da AAUBI. Em representação da equipa reitoral, o Vice-reitor da UBI para as áreas do Ensino, Internacionalização e Saídas Profissionais destacou a importância da participação dos jovens no movimento associativo. “É algo que devia ser mais valorizado pelos docentes e não acontecer aquilo que sucede muitas vezes, em que o aluno que participa nas atividades depois é prejudicado na sua carreira académica”, alertou João Canavilhas. “Todos sabemos que há situações em que nem sequer é possível comprovar e também é verdade que uma ou outra pessoa tenta recorrer a este estratagema de pertencer a um núcleo ou a uma equipa para ter uma vantagem qualquer mas, na generalidade, aquilo que acontece é que os nossos dirigentes se dedicam muito às suas atividades e depois acabam por ser prejudicados quando deveriam, de alguma forma, ser acarinhados para que no futuro continuem a existir dirigentes”. Presente na cerimónia esteve ainda o presidente da autarquia covilhanense, que em resposta a Afonso Gomes, deixou a garantia de que “o município está muito atento à evolução da academia e vamos continuar a apoiá-la dentro das nossas possibilidades. A universidade é o grande motor de desenvolvimento da nossa cidade, do concelho e da região. Para a Covilhã é um privilégio ter sediada uma universidade com o prestígio que tem a UBI. É um feito assinável porque estamos a falar de uma instituição que tem apenas 30 anos mas que tem um posicionamento científico e académico notável em termos nacionais e internacionais”, lembrou Vítor Pereira.
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