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“Não vai ter corte, vai ter luta”
Beatriz Tavares · quarta, 5 de junho de 2019 · Região Comunidade brasileira sai à rua como forma de protesto pelos cortes na educação |
21985 visitas Brasileiros e portugueses juntam-se contra os cortes feitos pelo atual governo de Bolsonaro. A manifestação decorreu no jardim público, no dia 30 de maio pelas 18 horas. A manifestação tinha como principal objetivo demonstrar que a comunidade brasileira residente na Covilhã está ciente do que se passa no seu país e pretende batalhar a favor da educação. Kelly Silva, uma das organizadoras da manifestação, refere que o presidente brasileiro pretende tornar os estudantes em “massas manipuláveis”, e vai mais longe, ao referir que “o grande motivo por estarmos na rua agora é por os estudantes terem sido chamados de idiotas úteis pelo nosso próprio presidente”. Apesar de distantes do seu país, os manifestantes demonstram uma preocupação acrescida com aquilo que acontece por lá, referindo que o objetivo é fazer a diferença onde a gente estiver, rematou Kelly. Para além disso, consideram possível mudar a realidade ao mostrarem que nunca se irão calar. “Nós sabemos o que quer e entendemos que o corte no ensino não vai fazer o Brasil crescer”, disse Kelly. Tal como esta manifestação já houve casos idênticos, como é exemplo disso: um jovem americano que se manifestou sozinho contra o governo de Bolsonaro, em Dallas. Jair Bolsonaro anunciou, em maio, que o Ministério da Educação (MEC) irá cortar trinta porcento das verbas, primeiramente, da Universidade de Brasília (UnB), da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Posteriormente, o MEC estendeu a medida a todas as universidades federais do país, devido a diversas divergências ideológicas, justificando que a “universidade pública, principalmente federal, é uma balbúrdia” e que os estudantes eram uns “idiotas úteis”. O presidente do Brasil referiu ainda que os cortes no ensino superior iriam reverter para o ensino primário, no entanto, a educação básica também foi alvo de cortes. Lilian Débora Barros, organizadora do evento, refere que “não é uma causa dos brasileiros, é uma causa que deveria ser importante para todo o mundo que envolve várias gerações”. Já Elisa Bogalheiro, manifestante portuguesa, está em sintonia com Lilian ao referir que acha “sempre importante que as vozes internacionais se manifestem sempre que há injustiças e esta é uma grande injustiça e um grande retrocesso”. “Não vai ter corte, vai ter luta!” foi proferido pelo professor Lucas Parreão que fez uma sátira social sobre Bolsonaro. Na manifestação foram também referidas a discriminação religiosa, a evolução de uma ditadura e recitados textos de nomes conceituados, tais como: Paulo Freire e Chico Buarque. Neste evento ficou marcada a ideia de resistência e de combate ao populismo. |
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