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Dia Internacional dos Monumentos e Sítios assinala reabertura ao público do New Hand Lab
Sofia Gabriel · quarta, 21 de abril de 2021 · Cultura Depois de três meses encerrados ao público, o New Hand Lab reabriu os seus portões aos visitantes, no passado domingo, para comemorar o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios. O evento contou com uma visita pela antiga fábrica António Estrela| Júlio Afonso e com um passeio pela área envolvente da Ribeira da Carpinteira, dando a conhecer a rota do património industrial da Covilhã aos participantes. |
Francisco Afonso, dono do espaço que atua como ponto de encontro para vários artistas |
21995 visitas Na comemoração realizada pela primeira vez nestes moldes estiveram presentes 14 visitantes, organizados em grupos de quatro, devido às medidas de segurança impostas pelo Estado Português. A atividade iniciou-se às 15h com a explicação da história da unidade fabril realizada pelo proprietário e mentor do atual projeto, Francisco Afonso. O prédio, que aguarda pela classificação no Diário da República a monumento de interesse público, foi o centro da atividade que teve como objetivo sensibilizar as pessoas para a importância da ribeira e do legado fabril da Covilhã. Para alguns dos participantes que visitaram a fábrica e área envolvente pela primeira vez, esta foi uma iniciativa bastante interessante para mostrar o património industrial existente na cidade serrana e para reunir num só local uma experiência cultural enriquecedora. "Achei a atividade bastante interessante, porque já tinha planeado várias vezes visitar o espaço e nunca tinha conseguido, mas desta vez consegui, enquadrado neste dia. (…) já tinha ouvido falar do espaço, visto algumas imagens, mas surpreendeu-me bastante pela positiva, pelo tipo de junção e situações diferenciadas que ao nível cultural se conseguem juntar num só local, que tem toda a sua história.", conta António Freitas, residente na Covilhã á 20 anos. "Foi bom relembrar e passar por sítios que eram da minha infância, porque recordar é lembrar.". "Achei o evento excelente, muito bom para mostrar o património industrial da Covilhã.", revelam os visitantes Sérgio Sousa e Jorge Gonçalves. A visita realizada à antiga fábrica de lanifícios, teve como guias o proprietário e outros artistas residentes, que mostraram máquinas de fiação, bobinagem e tecelagem. O equipamento hoje parado para a produção, funciona no processo criativo e para complementar espetáculos. No decorrer do passeio, foi ainda demonstrada uma máquina de fiação a trabalhar, mas o proprietário da antiga fábrica e hoje mentor do projeto do New Hand Lab confessa, “hoje estranhamos é o silêncio. O barulho para nós era familiar, nós estranhávamos era quando entrávamos e ouvíamos silêncio.” O edifício, que iniciou a sua atividade laboral em 1853 com o fabrico de tecidos 100% de lã ou ricos em misturas de lãs, encerrou no ano de 2002, mas dispõe de várias alas, desde ateliers, salão de espetáculos, escritórios, estúdio de fotografia e sala de produtos finais. O evento do fim de semana contou com a demonstração completa do espaço interior, coleção de matrizes dos tecidos e apresentação do trabalho dos artistas, que usam o material da fábrica nos seus trabalhos e aplicações. O passeio continuou pela área envolvente da Ribeira da Carpinteira, seguida de uma caminhada pelas ruínas da antiga atividade laboral. Durante o percurso ao ar livre foi possível ver as râmolas do sol, os estendedouros de lã, e as fábricas Ranito Mesquita, Francisco da Cruz, Manuel Abílio, José Maria da Silva Campos Melo, Sutre, Antunes e Oliveira, João da Silva Fiadeiro, Nova Penteação e Fiação da Covilhã, Fábrica das Sarjas e Baetas, o Bairro Operário dos Penedos Altos, a Fábrica José Dias D’Assumpção, Januário Dias e a fábrica Vitor Sassetti e António Maria das Neves. O New Hand Lab que surge para manter o edifício industrial vivo, e funciona como um polo dinamizador de criatividade, reabriu as visitas ao público, esta segunda-feira, com o arranque da terceira fase de desconfinamento. As visitas seguem as normas de segurança, estando limitadas a um máximo de quatro visitantes por grupo. A associação cultural, dará agora continuidade à agenda e eventos previstos, “sempre mantendo as normas e respeitando, porque se estivermos a respeitar, estamos a respeitar também a nossa saúde e a dos outros, e continuando a fazê-lo poderemos chegar a um bom porto, isto é, não voltarmos a confinar. Basta ter um bocadinho de cuidado para a vida começar a entrar na normalidade, e é isso que todos queremos.”, afirma o proprietário. |
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