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França vive época de tensão social
· quinta, 21 de outubro de 2010 · Internacional Desde o mês de Setembro são já seis as greves gerais que colocaram a França num estado de grande tensão. A lei proposta pelo governo de Nicolas Sarkozy que prentende aumentar a idade mínima de acesso à reforma dos 60 para os 62 anos e o acesso à pensão completa dos 65 para os 67 anos colocou os franceses na rua em protestos e manifestações. |
Fila de trânsito para entrar num posto de abastecimento em Porte d'Orléans |
22014 visitas Começaram por ser apenas os sindicatos a fazer greve, mas na última semana também os estudantes se juntaram às acções sindicais para demonstrarem o seu descontentamento com o novo regime sobre as reformas, aprovado na Assembleia Nacional francesa no dia 15 de Setembro mas que ainda não foi votado pelo Senado. As principais centrais sindicais – CGT (Confederação Geral de Trabalhadores) e CFDT (Confederação Francesa Democrática do Trabalho) - fizeram a primeira greve no dia 7 de Setembro, e os estudantes do Secundário e do Ensino Superior, incentivados pelos partidos de esquerda e pelos sindicatos, decidiram juntar-se aos protestos e manifestações no dia 12 de Outubro. As greves e os bloqueios têm afectado gravemente o sector dos transportes, principalmente os ferroviários e aéreos, e o sector da energia. As 12 refinarias francesas que se encontram em greve conduziram a uma falta de combustível que se faz sentir, segundo o jornal francês Le Parisien, em 3160 postos de abastecimento. Nicolas Sarkozy ordenou ontem que se pusesse termo aos bloqueios aos depósitos de combustível através da intervenção das forças policiais, afirmando que “se esta desordem não acaba rapidamente, a tentativa de paralisar o país pode ter consequências para os empregos ao afectar o funcionamento normal da economia”. Os últimos dias foram marcados pelos confrontos entre a polícia e os estudantes que se têm manifestado por toda a França. Os principais incidentes verificaram-se em Lyon e em Nanterre, com as forças policiais a terem de recorrer a gás lacrimogéneo para dispersar os estudantes. O facto de os jovens se terem unido às centrais sindicais leva muitos a considerar que a França está a atravessar uma situação idêntica à de Maio de 68, ocasião em que os estudantes se manifestaram contra o governo de Charles de Gaulle. Os estudantes consideram que este novo regime de reformas vem prejudicar ainda mais a entrada no mercado de trabalho, uma vez que o novo plano aumenta a idade mínima de reforma para os 62 anos. Novas manifestações foram marcadas para o dia de hoje, quinta-feira, na esperança de que o governo de Nicolas Sarkozy volte atrás com o regime das reformas. O projecto lei deveria ter sido votado pelo Senado ontem mas a votação foi adiada para hoje à noite. |
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