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A
Insustentável
Leveza do Ser
DE PHILIP KAUFMAN


"
A vida é tão ligeira. É como um
contorno que não conseguimos preencher."



POR MARTA PINHO ALVES


Praga, 1968. Com o enquadramento histórico/político que esta contextualização implica.
Três personagens sem outra relação com a política que não seja a forma com esta se imiscui nas suas vidas e influência os seus movimentos. É através desta que Tomas revela a irreverência, Tereza a sensibilidade e Sabina a necessidade de liberdade. Não há consciência política, apenas impulso. Impulso que influência todos os domínios das suas vidas, em particular o do amor, único e supremo tema deste filme.
A Insustentável Leveza do Ser não é decididamente um filme de ideias ou ideais políticos, dimensão em que fica muito aquém de uma verdadeira reflexão e análise. Apenas se serve de um cenário capaz de gerar dinâmicas, passíveis de condicionar irremediavelmente aqueles que a estas estão sujeitos. Novamente Tomas, Tereza e Sabina. Um triângulo amoroso pouco convencional, que gira em torno de entendimentos e cumplicidades mútuas. Duas mulheres que amam um mesmo homem nas suas formas próprias e distintas de amar. Um homem que ama duas mulheres de forma diferente mas com igual intensidade. E que por vezes ama também outras mulheres. A leveza do ser, insustentável para Tereza que dela se afasta para, mais tarde, ao aperceber-se da incapacidade de fuga, se aproximar, até ao limite, na tentativa de compreender.
Baseado no livro homónimo de Milan Kundera, o filme abandona, contudo, algumas das mais profundas reflexões de carácter existencial. Apesar de esta dimensão não ter sido completamente subtraída ao texto original, a adaptação cinematográfica é incapaz de captar a verdadeira essência do título da obra que afinal caracteriza cada uma das personagens. Mas ainda assim é pela beleza do(s) argumento(s) que o filme nos encanta e nos comove.

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