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"O Grito"


The frieze of life
POR CATARINA MOURA


The Frieze of Life chocou Berlim em 1892. Eram apenas seis quadros, mas as suas imagens "terrivelmente assustadoras" causaram tal choque que as autoridades ordenaram o encerramento da exposição. Pouco tempo depois, o seu autor alcançava reconhecimento internacional, e os quadros que tanto haviam chocado a sociedade berlinense deslumbravam o mundo.
Edvart Munch pintou centenas de quadros ao longo da sua vida, e cada um deles é um episódio da sua história. Uma história marcada pela doença e morte trágica dos seus familiares e amigos mais chegados, experiências dolorosas que criam nele a suprema necessidade de pôr fora de si tudo quanto o angustiava. Morte, doença, ansiedade, solidão, melancolia, ciúme, ... impregnam toda a sua obra, fazendo da pintura um exercício de sinceridade e um meio de auto-conhecimento. Nem todos os seus quadros são autobiográficos, mas todos surgem da necessidade de gritar inquietudes, receios e amarguras, revelando as marcas indeléveis deixadas pelo tempo.
As suas figuras, quase sempre frontais, têm uma dimensão psicológica tão intensa que, ao mesmo tempo que lhes dá corpo e existência, também lhes rouba realismo, transformando-as em sonhos e pesadelos, presos numa outra dimensão.
Munch pintou centenas de quadros ao longo da sua vida, adquirindo desde muito novo um reconhecimento nunca igualado, antes ou depois, por qualquer outro pintor norueguês. Durante este tempo, viveu o nascimento do século XX e acompanhou a profunda mutação sofrida pela arte, numa ruptura definitiva com o passado. No meio de tantas descobertas, fez a sua, impossível de rotular, única, inimitável, contando uma história que não podia ser de mais ninguém.

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