Concerto de Páscoa
Noite musical na UBI
POR RITA LOPES
Terminado o segundo período
escolar, o Conservatório Regional de Música, em
conjunto com o Orfeão da Covilhã, ofereceu mais
uma actividade cultural à cidade. O coro do Orfeão,
os coros do Conservatório infantil, juvenil e de camera,
os alunos das classes, piano, flauta e guitarra foram os ingredientes
de uma noite recheada de música que, no dia 10, encheu
o auditório das sessões solenes da Universidade
da Beira Interior (UBI).
O concerto começou às
21h30, e de uma forma original. Apresentada por duas crianças
da escola primária, que muito encantaram o público
com as suas brincadeiras e seus inocentes erros, a festa ganhava
um novo sabor.
Organizado pela direcção pedagógica do Conservatório,
que pertence e funciona na Associação Orfeão
da Covilhã, este evento foi uma forma de dar a conhecer
o que se fez nas escolas durante o segundo período lectivo
e também numa casa que comporta três vertentes musicais:
as escolas pré-primária e primária, o conservatório
e o orfeão. "Isto é uma pequena amostra das
actividades que se desenvolvem nesta casa ao longo do ano",
refere Dulce Gomes, presidente da direcção da associação.
O coro juvenil foi o primeiro a subir ao palco com um programa
variado, do qual constaram músicas de diferentes nacionalidades.
Com elementos de idades compreendidas entre os 10 e 15 anos,
Marco Santos, professor e maestro do coro, não esconde
a sua satisfação quando afirma "gosto muito
de trabalhar com eles. É um grupo muito unido e bem disposto".
Depois, foi a vez do coro infantil mostrar o que sabia. Em conjunto
com o coro juvenil cantaram uma música japonesa, dirigida
pela maestrina e professora Filipa Palhares, e acompanhada por
João Lourenço ao piano. Depois surgiu o momento
alto da noite, quando as crianças com idades entre os
7 e os 10 anos cantaram a canção infantil "Arca
de Noé", cuja apresentação vocal foi
acompanhada por uma coreografia que, devido ao prazer que causou
no público, repetiram, a pedido deste, mais duas vezes.
Filipa Palhares sente-se satisfeita com a prestação
dos "seus meninos" e refere achar "muito importante
trabalhar com um coro desta idade, quando corresponde tão
bem como este". Porém, não é só
esta responsável que manifesta o seu agrado. O público
também é unanime em afirmar que "o momento
mais bonito da noite foi a coreografia do coro infantil, a qual
teve muita graça e divertiu toda a gente", afirmava
um espectador, José Rodrigues.
A alma dos instrumentos
Da prestação dos
coros passou-se à dos alunos das classes, que com a apresentação
de diversos instrumentos musicais, proporcionaram momentos de
calma e descontracção. O primeiro foi um duo de
guitarras oferecido por Dejan Ivanovic, professor deste instrumento,
e Alexandre Martins, aluno há um mês no conservatório.
"Estou muito honrado por tocar com o professor e por ter
participado neste concerto, pois pudemos mostrar o que aprendemos
nas aulas", salienta o aluno.
Depois foi a vez de João Rafael Tavares, aluno de piano
há quatro anos, mostrar as suas qualidades a solo numa
composição de J.S. Bach e de Czerny. Pelo grande
talento mostrado, o aluno recebeu fortes aplausos do público,
que muito se comoveu com a sua prestação. Para
finalizar este momento instrumental, seguiu-se um duo de flauta
e piano executado por Margarida Alves, que embora seja professora
de flauta, tocou piano; e Rita Nunes, estudante daquele instrumento.
Mais uma vez o público ficou encantado com o trabalho
realizado no Conservatório. Rita Monteiro, elemento do
público, dizia: "Estou emocionada com estes alunos
e com a sua capacidade de estar em palco", acrescentando
que "são verdadeiros artistas".
Sem qualquer intervalo, apenas alguns momentos de pausa oferecidos
pelos jovens apresentadores, passou-se dos mais novos aos mais
velhos da casa. Assim, o coro do Orfeão fez uma pequena
amostra do vasto repertório que há 75 anos tem
vindo a compilar. Como afirma Dulce Gomes, "o orfeão
já tem uma longa tradição em concertos e
sempre que sobe ao palco é muito acarinhado pelo público".
Para terminar este Concerto de Páscoa, o coro de camera,
dirigido por Filipa Palhares e acompanhado pelos professores
João Lourenço e Paulo Dias ao piano, apresentou
um leque variado de músicas que, sendo algumas conhecidas,
muito animaram o público. No final, todos os participantes
subiram ao palco para, em conjunto, cantarem a canção
da despedida "Goodnight, sweetheart" que fez cantar
e dançar todo o auditório da UBI. Seguiram-se a
entrega de flores e os agradecimentos a todos os participantes,
aos professores, à UBI, pela colaboração
e pela cedência do local, e a todo o público que,
segundo Dulce Gomes, "muito contribui para o desenvolvimento
destas actividades".
Casa satisfeita
Natal, Páscoa e fim do
ano escolar, são alturas em que o Conservatório
organiza sempre uma festa para expor o trabalho dos professores
e dos alunos nas escolas que, segundo a presidente "devem
ser abertas ao exterior". Mas esta não é uma
tarefa fácil. Filipa Palhares, professora e maestrina
dos coros infantil, de camera e do orfeão, refere que
"estas coisas dão muito trabalho, mas valem a pena
quando dão resultados como este, de alegria e satisfação,
sobretudo quando misturamos crianças dos 7 aos 75 anos".
Sendo uma casa reconhecida regional, nacional e internacionalmente,
a aceitação do público "é boa
e dão-nos muito carinho onde quer que nos apresentemos",
garante Dulce Gomes. "As pessoas gostam de ver os frutos
que produzimos durante o ano, sobretudo aquelas que estão
ligadas a nós", acrescenta.
Depois de duas horas de apresentação, o balanço
da casa, e do público em geral, é positivo. Dulce
Gomes salienta que "o concerto correu muito bem e estou
muito contente com a prestação de todos os participantes".
Paulo Dias, professor de piano e elemento da direcção
pedagógica, organizadora do concerto, afirmou-se realizado
com esta iniciativa que, segundo ele, "é como tudo
na vida, temos que saber o que queremos fazer e depois é
só pôr mãos à obra". E continua
"claro que não é tarefa fácil ensaiar
todas as crianças, mas trabalhar com elas é um
desafio, pois temos que entrar no mundo delas e saber como vivem
e como sentem as coisas, é muito gratificante".
Assim, todos estão satisfeitos com o trabalho que desempenharam
neste segundo período lectivo e felicitam sobretudo as
crianças que, para Paulo Dias, "superaram as expectativas". |