|
"Encontros com o Teatro"
em Castelo Branco
POR VÂNIA CAETANO
Debaixo da chuva torrencial que se fazia sentir no passado dia
4 de Maio, quinta feira, o Instituto Português da Juventude
de Castelo Branco foi palco de debate sobre teatro.
Após um longo atraso, a falta de membros da organização
e a boa vontade de oradores e participantes, iniciou-se o debate
que tinha como principal objectivo a discussão da criação
de "um circuito teatral para o distrito". Na realidade,
as pessoas a quem este debate era dirigido, nomeadamente os representantes
das autarquias e os agentes económicos da região,
não compareceram. Por outro lado, dezanove alunos de uma
escola secundária, que vinham assistir à peça
"Uma das Últimas Tardes de Carnaval", de Carlo
Goldone, pelo Teatro das Beiras, participaram neste debate, dada
a falta de tempo que estes tinham para assistir à peça
integral.
Os oradores António Abernú, Gil Nave (encenador
do Teatro das Beiras) e Luís Beato (membro dos Váatão,
um novo grupo de teatro de Castelo Branco) acabaram por direccionar
a conversa não tanto para o financiamento do teatro, embora
todos concordassem que o Estado devia apoiar mais, mas sobretudo
para a definição deste, já que era necessário
explicá-lo aos alunos. "O teatro é o espaço
da preservação da palavra", dizia Gil Nave.
Em relação a estes, a falta de interesse foi flagrante.
Muitos nunca tinham assistido a nenhuma peça. Os seus
conhecimentos ficavam-se por aquilo que era leccionado nas aulas
de português, embora a professora que os acompanhava teimasse
em estimula-los para esta área.
Estiveram presentes, neste evento, representantes do TeatrUBI
(Grupo de Teatro da Universidade da Beira Interior), da AASTA
(Associação de Teatro e Outras Áreas), do
Teatro das Beiras e da Delegação do Ministério
da Cultura do Centro, cujos testemunhos passaram essencialmente
pelas suas experiências pessoais enquanto grupo e pelas
dificuldades inerentes ao desenvolvimento desta forma de arte.
|
|