O outro lado da noite
"Município continua calmo e seguro"

 Por Alexandre S. Silva
e Rita Lopes
NC/Urbi et Orbi

Embora os estudantes, principais consumidores da noite covilhanense, estejam a controlar e a diminuir as saídas nocturnas, o consumo de álcool continua a aumentar os totais dos cartões no final da noite. Apesar dos elevados níveis de álcool consumidos nos espaços de diversão, os jovens conseguem controlar os instintos que, muitas vezes, os levam a "perder a cabeça". Segundo fontes policiais, o facto dos estudantes saírem à noite e beberem uns copos a mais, não os leva a praticarem certos abusos e ultrapassar limites. Por isso, crimes ligados ao excesso de álcool não são frequentes na cidade, o que prova que, apesar de tudo, "os jovens são conscientes, sabem-se controlar e medir o perigo das consequências".
Assim, de acordo com as mesmas fontes, durante a noite, registam-se poucas ocorrências ligadas ao consumo excessivo de álcool. "Durante um mês, por exemplo, apenas se verificam dois ou três casos de crimes relacionados com o álcool". Os intervenientes são, normalmente, indivíduos ligados a acidentes de viação ou a "operações stop" realizadas na zona. Dentro da cidade, os problemas da noite também são poucos e os mais visíveis são algumas cenas de vandalismo na via pública. Contentores do lixo virados e incendiados, candeeiros partidos, bancos de jardim furados e quebrados e algumas antenas de automóveis furtadas são, dos poucos que acontecem, os casos mais frequentes. Mesmo estes, segundo as fontes, "não são relevantes e decorrem muito esporadicamente. Isto não acontece todas as noites nem todas as semanas. Ainda não há um tipo de crime característico da noite neste município".
Junto das discotecas e dos bares, principais destinos dos "amigos da lua", os problemas, normalmente, são raros e de baixo teor. A falta de dinheiro e a recusa do pagamento do cartão de consumo, no final da noite, devido a alguma teimosia ou descontentamento, são os factores que levam as autoridades junto das casas. "Os casos mais graves são, quase sempre, resolvidos internamente com calma e algum diálogo", revela Pedro Figueiredo, gerente da discoteca &Companhia. "Quando chamamos a polícia é porque os problemas são maiores e os intervenientes não gostam de falar", acrescenta.
Deste modo, de acordo com os proprietários e as fontes policiais, mesmo com estes "pequenos incidentes", a Covilhã "continua calma e segura". Nas palavras das autoridades, "não há criminalidade grave para que as pessoas fiquem com receio de sair à noite". Embora já tenha um movimento nocturno considerável, a cidade não apresenta índices de problemas graves que ponham em risco a segurança e tranquilidade da sua população. "Ainda é um município onde o tipo de crimes de que damos conta não é muito expressivo, nem sinónimo de insegurança", asseguram.

"Poucos casos de excesso de álcool"

A segurança e a estabilidade da noite da Covilhã passa também pelo Hospital da Cova da Beira (HCB). Um local onde, de acordo com Miguel Castelo Branco, director do serviço de urgência, "não existe uma frequência muito grande relacionada com a ida a estabelecimentos nocturnos". Das raras situações que surgem nas urgências do HCB, durante a noite e madrugada, algumas têm a ver com o excesso de bebidas alcoólicas e, por vezes, com rixas, embora este tipo seja pouco frequente. Os jovens estudantes são os maiores intervenientes da afluência às instalações do Hospital e estão normalmente relacionados com o excesso de álcool no sangue. O pouco consumo deste tipo de bebida e alguma inconsciência estão na origem dos recorrentes aos cuidados médicos. Mas, mesmo assim, Miguel Castelo Branco assegura que "não há muitos casos. Vão aparecendo alguns, mas nada de anormal".
Em épocas normais, se não houver nenhuma festividade especial na cidade ou nos locais nocturnos, as noites de fim-de-semana são as mais movimentadas no Hospital. Um facto relacionado com o elevado volume de pessoas que nessas noites sai à rua. Segundo o director, o dia mais notável e mais preenchido continua a estar relacionado com o calendário académico, o dia da Latada, em que são bebidos litros de vinho e de cerveja. "Tirando essas alturas, não há datas marcadas pela muita frequência. O volume de intoxicações alcoólicas não é muito grande", continua. Casos relacionados com pancadaria e agressões também são esporádicos. Miguel Castelo Branco afirma que "há muito poucas rixas, tal como poucas situações de álcool. E o número que aparece pode não ser um efeito da noite, nada nos prova isso", acrescenta. Assim, para o médico, o problema do álcool nos jovens da Covilhã, não é muito notório, pelo menos não se repercute nas urgências do HCB. "O volume que temos não é indicador desse problema nem dos excessos da noite. O álcool nos jovens não é uma patologia muito frequente", frisa o director.

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