Comemorações da elevação a cidade
135 anos de história de um concelho

Problemas como o desemprego, a desertificação e a negligência por parte da Administração Central foram temas abordados por Carlos Pinto, presidente da edilidade, no habitual discurso comemorativo do Dia da Cidade, que abriu a Sessão Solene nos Paços do Concelho.

Por José Miguel Reis

Carlos Pinto falou da importância do 20 de Outubro para a Covilhã

Na passada quinta-feira, 20 de Outubro, os Paços do Concelho receberam as comemorações do 135º aniversário da elevação da Covilhã a cidade. Uma data histórica, tratada com a pompa e circunstância devidas e presidida por Carlos Pinto, autarca reeleito para a edilidade local, a quem coube proferir o habitual discurso inaugural, sob o olhar atento da Governadora Civil do distrito e de figuras ilustres do município.
Para o edil, é desestruturado e desinteressante o trabalho levado a cabo pelo actual Governo, pois, “ante as más condições verificadas no Interior, existe um centralismo caduco e obsoleto que vigora no País, ao concentrarem-se todos os serviços no Litoral”. No que ao Orçamento de Estado para 2006 concerne, “vemos que parte do País é ainda negligenciado, na nossa região o plano rodoviário é inadequado, os cuidados de saúde concentram uma burocracia pesada e o turismo sofrerá um duro revés tendo em conta o rigor orçamental”, reitera.
Contudo, o presidente não esmorece. Sem falsos pudores e apontando o dedo à indiferença da Administração Central para com o desemprego na Covilhã, Carlos Pinto esclarece: “Pretendemos implementar um conjunto de aproveitamentos na região, como a criação de um aeroporto regional na Covilhã, com vista às inovações existentes na Europa; queremos apostar nas Penhas da Saúde e na construção de uma estação termal em Unhais da Serra, tornando-a um dos pólos atractivos no sector; e teremos especial atenção com os idosos e crianças do nosso concelho, apostando no melhoramento da educação e acompanhamento social”, frisou.




Homenagens sentidas

“Muito se tem feito, anonimamente, na Covilhã, pela mão de todos aqueles que amam a nossa terra”. Foram muitos os homens, mulheres e instituições às quais o presidente quis render homenagem neste dia festivo, devido ao seu alto valor afectivo e espírito solidário para com as populações do concelho: o Centro Paroquial de Assistência Nossa Senhora das Dores, uma instituição de solidariedade e ajuda aos mais carenciados; a Fundação Felício Mendes, cujo objectivo é apoiar e desenvolver actividades sociais, culturais e recreativas no concelho; João Cravino, pelo seu extenso trabalho na área da Medicina, reconhecido internacionalmente; Padre Mário Bizarro da Nave, em reconhecimento do seu papel ao serviço da Igreja e da Comunidade; Manuel Rodrigues Brancal Júnior, pela sua actividade empresarial nos sectores imobiliário, turístico e hoteleiro e no desenvolvimento do termalismo no concelho; e Padre António Nunes Sanches, a título póstumo, devido ao trabalho de entreajuda desenvolvido junto das camadas juvenis.
A todos eles foi atribuída a Medalha de Mérito Municipal, entregue pelo edil covilhanense, por “serem exemplos para os nossos jovens e sinónimos de trabalho dedicado, numa melhor distribuição da riqueza adquirida”, ressalvou Carlos Pinto.
O dia contou ainda com vários eventos dos quais se destaca a recepção da comunidade imigrante do concelho no Teatro-Cine. Uma cerimónia que decorreu pelas 18 horas e que serviu para juntar algumas centenas de pessoas vindas dos quatro cantos dos mundo que encontraram na Covilhã o seu local de residência e de trabalho. A autarquia promoveu um beberete e um convívio entre os presentes no edifício cultural.