Beira Interior
Só uma maternidade irá “sobreviver”

O “fantasma” do fecho de maternidades regressou à Beira Interior. Depois de, no ano passado, muito se ter falado do encerramento das maternidades nos hospitais da Guarda e Castelo Branco, e a sua consequente concentração na Covilhã, o tema regressa à ordem do dia pela voz do próprio Ministro da Saúde, Correia de Campos, em declarações ao Expresso.

NC / Urbi et Orbi

Algumas maternidades da região podem vir a fechar portas

O representante do Governo na área da Saúde reiterou a intenção do Executivo retomar o processo de encerramento de maternidades que efectuem menos de mil partos por ano, uma opção sugerida num estudo encomendado pelo Ministério da Saúde durante a governação PSD/CDS-PP. Recorde-se que o documento foi elaborado pela Comissão Nacional de Saúde Materna e Neonatal, presidida pelo ex-ministro da saúde, Albino Aroso, mas nunca chegou a gerar consenso no País e muito menos na Beira Interior. Na Guarda, os responsáveis reclamavam serem a unidade com mais partos na região, em Castelo Branco constituiu-se mesmo um movimento para angariar verbas a favor da maternidade.
No passado domingo, aquando das comemorações dos 50 anos do Hospital do Fundão, o presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), Fernando Regateiro, disse que, apesar destas intenções, “certamente sobreviverá alguma maternidade” na região e que a reorganização dos serviços vai obedecer a estudos feitos por especialistas da área médica, de planeamento e geografia humana, embora diga ser cedo para dar certezas. Regateiro salienta que houve uma redução substancial do número de partos, pelo que ofertas que se justificavam há uma dúzia de anos de forma descentralizada, “vão ter de ser concentradas para manter os níveis de qualidade”. Para salvaguarda de uma boa prestação de cuidados na área da maternidade, “é preciso que as instituições tenham mil e 500 a dois mil partos por ano”, pois com menos, “não há boas maternidades”.