Segundo os docentes é necessária uma aposta mais forte na língua de Cervantes

Língua estrangeira opcional O espanhol no secundário O ensino da língua espanhola, como disciplina opcional para os alunos portugueses, foi o assunto que dominou a conferência realizada no passado sábado 22, na UBI, e que contou com a participação de vários docentes e estudantes da língua e cultura hispânicas. Por Rosália Rodrigues

No passado sábado 22, pelas 15 horas, a Sala dos Conselhos, Pólo I, na Universidade da Beira Interior (UBI) abriu portas a mais uma conferência, onde se reflectiu “o ensino do espanhol no secundário: passado, presente e futuro”, em que estiveram presentes alguns membros da Associação Portuguesa de Professores de Espanhol Língua Estrangeira (APPELE) e alguns docentes e alunos do curso de Língua e Cultura Espanhola (LCE) leccionado na UBI. A repressão que os cursos de ensino têm sofrido nos últimos anos, no que concerne às respectivas saídas profissionais, trouxe à conversa questões como a efectivação de docentes da língua hispânica, uma vez que esta é uma disciplina de recente integração na oferta curricular do ensino em Portugal. A APPELE é um colectivo de professores de espanhol organizados, que actuam no sentido de promover e melhorar a qualidade do ensino da língua espanhola no nosso país, e além fronteiras. Segundo esta associação, o número de docentes nesta área tem vindo a aumentar, assim como o número de escolas secundárias que proporcionam aos alunos portugueses o ensino da disciplina, apontando para 125 escolas e 173 professores efectivos. Além do mais, o espanhol é a língua românica mais falada em todo o mundo – cerca de 300 milhões de pessoas, – pelo que se torna indispensável alargar o seu domínio aos estudantes portugueses. Para José Boal, professor de espanhol e presidente do Conselho Fiscal da APPELE, “é necessário que mais escolas introduzam o espanhol como disciplina opcional, não só no ensino secundário, devendo apostar-se também no básico, o que poderá responder ao crescente número de professores formados na área”. Sónia Duarte, docente de espanhol na Escola Secundária de Valadares e vogal da Comissão Executiva da APPELE adiantou que “é fundamental que a disciplina de espanhol tenha um tratamento equitativo e um reconhecimento condigno, face às restantes disciplinas de língua estrangeira no nosso sistema de ensino”, acrescentando que “ devem ser accionados os devidos mecanismos para corrigir a situação actual”. Os alunos puderam esclarecer, com os membros da APPELE, algumas dúvidas face ao futuro das suas carreiras profissionais na área da língua e cultura hispânicas e debater alguns assuntos, no que respeita ao ensino de espanhol no mercado português e estrangeiro.