Mais interessados na Fiper
Nova proposta suspende
Assembleia de Credores


A Assembleia de Credores da empresa têxtil Fiper, no Teixoso, que decorreu, na passada quarta-feira, 9, no Tribunal da Covilhã, ficou suspensa, pela segunda vez, por ordem do juiz titular do processo.

Filipa Minhós
NC / Urbi et Orbi

Um novo interessado na Fiper fez com que o tribunal desse mais tempo aos credores para pensar nas propostas

A apresentação de alterações ao plano de insolvência levou o juiz a determinar que os credores ainda não estariam em condições de votar, adiando então os trabalhos para o próximo dia 21 de Novembro, pelas 14 horas.
A nova proposta de viabilização apresentada pelo advogado Francisco Pimentel em representação de uma empresa do Uruguai interessada na fábrica, que prevê o regresso à laboração, apresenta duas novidades. Em primeiro lugar, os pagamentos serão feitos por intermédio do administrador judicial da empresa, comprometendo-se as novas sócias a fazer os depósitos à ordem através da conta da massa insolvente. Por outro lado, a devedora compromete-se que a mesma recomece a laborar no máximo 60 dias após o trânsito em julgado de sentença que homologue a aprovação por parte dos credores e funcionários, funcionando a partir daí por tempo indeterminado. “Nem nas propostas de plano, nem de alteração se garante a actividade financeira da Fiper. Não me parece que haja outra coisa senão a aquisição do património por parte de uma empresa imobiliária e por um particular”, sublinha o administrador judicial. Algo a que Francisco Pimentel responde, afirmando que nada impede que a viabilidade da empresa seja feita através da sua venda, pois está de acordo com a lei.
A empresa uruguaia já tinha apresentado uma primeira proposta na primeira reunião da Assembleia de Credores de 24 de Outubro, prevendo o pagamento da totalidade dos créditos dos cerca de 90 ex-trabalhadores. Aos restantes credores, nomeadamente, à banca, está previsto o pagamento de 15 por cento. António Lopes, empresário na região e no estrangeiro, fez saber que está por detrás da empresa do Uruguai e que só não tornou este facto conhecido mais cedo, “para não prejudicar os meus objectivos”. Acrescenta que a sua ideia passa por “investir no ramo imobiliário, uma vez que a empresa tinha já 43 mil metros quadrados desanexados para uma empresa imobiliária, e, consequentemente, viabilizar a empresa, à qual pretendo juntar uma secção de tecelagem”. No entanto, o empresário, após a Assembleia, mostrou-se desiludido com os trabalhadores, na medida em que “a proposta pode estar em causa, pois os trabalhadores só estão a pensar no dinheiro e não na manutenção dos seus postos de trabalho”.


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