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José Geraldes


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UBI: os milhões necessários

O desenvolvimento do eixo Guarda-Covilhã-Castelo Branco teve consagração oficial na tomada de posse do segundo mandato de Reitor da UBI, Santos Silva. (ver centrais). Foi o próprio José Reis, agora como secretário de Estado do Ensino Superior que o disse em termos claros e inequívocos. E colocando a UBI como motor do avanço do eixo.
Nestes últimos anos, temos defendido, com acérrimo, nestas colunas, baseados em argumentos irrefutáveis que se torna cada vez mais urgente tomar as medidas necessárias, em regime de complementaridade, no sentido das iniciativas de avanço se concretizarem.
Um dado dito pelo secretário de Estado deixa-nos, no entanto, perplexos: "O não ter, sobre o orçamento, novidades a transmitir". Ora como pode a UBI ser o motor sem as dotações financeiras imprescindíveis?


Já na visita do ministro Mariano Gago, há duas semanas, Santos Silva foi taxativo ao dizer que "o orçamento concedido não permite que a UBI funcione de forma regular". Dos 3 milhões e meio de contos necessários, apenas vieram 3 milhões e 52 mil contos. Claro que, em relação à Faculdade das Ciências da Saúde, está projectado um "orçamento específico".
O Reitor enfatizou justamente no discurso da tomada de posse: "O orçamento não nos permite assegurar o normal funcionamento, mesmo recorrendo às propinas para pagar salários e muito menos, para fazer os investimentos necessários à melhoria da qualidade do ensino e à promoção do sucesso escolar".


Há aqui naturalmente uma contradição. Toma-se como irreversível o eixo Guarda-Covilhã-Castelo Branco, em primeira linha, na Beira Interior, zona a desenvolver. E os meios ficam para o dia do "São Nunca à Tarde".
As palavras bonitas para contento de todos nós são insuficientes. E sempre a UBI contou serem-lhe atribuídos os 3 milhões de contos e meio.
A UBI soma quase cinco mil alunos em graduação, mestrado e doutoramentos. Santos Silva refere com inteira justiça que "as Ciências da Comunicação são hoje reconhecidas a nível nacional e mesmo internacional, sendo de destacar a qualidade da produção efectuada quer no Centro Multimédia, quer no Atelier de Audiovisuais". E, como o NC, noticiou, em primeira mão, na passada semana, iniciou-se o semanário digital Urbi et Orbi, um projecto não só pioneiro como inédito, em Portugal. E é igualmente de destacar a BOCC, biblioteca on-line de Ciências da Comunicação que está a alcançar um êxito, a nível mundial, inesperado, a funcionar desde o começo do ano lectivo 1999-2000.


Quanto à Zona de Localização Prioritária (ZLP), não se ouvem ecos. A Câmara já apresentou os dossier's elaborados por especialistas. Será que, na expressão do provérbio popular, o silêncio é de ouro?
No programa do PIDDAC (Plano de Investimentos de Desenvolvimento da Administração Central), os túneis para a viabilidade de ligação mais rápida Covilhã-Coimbra, atravessando a Serra da Estrela há uma verba de 400 mil contos. Esta ligação é absolutamente indispensável para desencravar a Covilhã em direcção ao Litoral e ao Norte. Vamos mais rapidamente a Salamanca do que a Coimbra.


O grande acontecimento para o ano lectivo 2000-2001 é a abertura da Faculdade das Ciências da Saúde. O segundo mandato de Santos Silva como Reitor começa com trabalhos de Hércules. Trabalhos que vão assinalar uma grande rampa de lançamento da UBI. E ainda a contar com a construção do edifício da nova faculdade, para além do sistema inovador do ensino da medicina.
Parafraseando Augusto Gil, apetece perguntar: "e os milhões necessários, senhor? Por isso, o Ministério da Educação tem que resolver o problema para que, de facto, a UBI atinja o "patamar elevado de prestígio". O que só valoriza a Beira Interior e entusiasma a fixação de quadros nestas zonas.
A nossa pena não se cansará de voltar ao tema e fazer ouvir os gritos para que não sejamos desencantados nem vivamos de utopias.

NC/Urbi et Orbi

 

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