De mãos dadas com os
estudantes da UBI
Leões a caminho
da noite
É nos "Leões"
que, às terças e quintas feiras, os estudantes
da Universidade da Beira Interior (UBI) se encontram para partirem
rumo a mais uma noite académica
Casa cheia todas as noites é
o cenário habitual dos Leões da Floresta, uma das
associações culturais e recreativas mais representativas
da cidade. Entre finos e ginjas a "preço da chuva",
cartas, snoocker e "matrecos", os ubianos frequentam
esta associação "porque é barato e
é onde estão os nossos amigos", como afirma
um finalista de Ciências do Desporto, Rui Lourenço.
Mesmo com "instalações paupérrimas",
como refere o vice-presidente da colectividade, Fernando Gomes,
a adesão popular é um facto. Segundo aquele responsável,
"orgulhamo-nos em receber os universitários e integrá-los
nos usos e costumes da Covilhã". Os estudantes são
"sempre benvindos" e merecedores de hospitalidade,
"apenas tendo que retribuir com um comportamento correcto
e digno".
Os ubianos não escolhem só os Leões para
iniciarem as suas noites. Muitas vezes, procuram integrar-se
nas suas actividades fazendo-se sócios. Fernando Gomes
refere que a associação abre as portas a toda a
comunidade estudantil da UBI para participarem em todas as iniciativas,
"de modo a proporcionar uma melhor relação
de amizade e convívio". Quando terminam o curso,
os clientes mais assíduos não esquecem esta casa
que os acolheu, e todos os anos regressam para recordarem velhos
tempos.
A consequência natural de todo este movimento de jovens
estudantes é que quando os fins de semana e férias
chegam, esta colectividade ressente-se muito, pois "embora
haja mais sossego, o ambiente fica mais pobre, sem alegria, e
o rendimento desce". Por isso, os Leões procuram
sempre animar a vida universitária, proporcionando-lhe
locais para festas e muitas outras iniciativas. "Queremos
ser vossos amigos e apenas exigimos educação e
um comportamento adequado", acrescenta Fernando Gomes.
Cultura, fraternidade e compreensão
O Centro Cultural e Desportivo
(CCD) Leões da Floresta surgiu junto à serra, em
1954, pelo empenho de um grupo de jovens oriundos do Pisão
Novo. Com "bastantes dificuldades financeiras", o vice-presidente
afirma que a casa "tem de evoluir pausadamente. A associação
já tem um certo nome na região, pois interessa
mais fazer bem do que fazer muito".
A década "de ouro" da associação
foi entre 1956 e 1966, altura em que desenvolveram inúmeras
actividades que se foram perdendo no tempo. Hoje, a associação
não aspira tão alto, e apenas procura "promover
a cultura, a fraternidade e a compreensão junto de toda
a comunidade", afirma Fernando Gomes.
A funcionar com 558 associados, os Leões desenvolvem com
e para eles algumas iniciativas desportivas e culturais. Entre
elas, contam-se a Corrida de S. Silvestre, organizada desde há
21 anos e considerada pela casa "a rainha das corridas da
Beira Interior"; torneios de ténis de mesa com atletas
campeões individualmente ou em equipas; uma escola de
iniciação musical; viagens de estudo e lazer; festas
tradicionais de Verão; noites de fado; Natal da Criança
e participação activa nas marchas populares e nos
corsos carnavalescos, onde já receberam alguns troféus.
Para além das actividades direccionadas aos sócios,
os Leões abrem as suas portas para todos aqueles que queiram
e mereçam entrar, seguindo o lema do "bem vindo quem
vier por bem".
Rita Lopes |