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                        Por Raquel Fragata 
                         
                        "O Primo Basílio" é um romance 
                        perspicaz e crítico sobre os amores e desamores 
                        da sociedade burguesa lisboeta. A riqueza da caracterização 
                        das personagens desta estória tornaram-na uma das 
                        mais lidas e vendidas obras do realista, autor também 
                        de outras magníficas referências da literatura 
                        portuguesa como o incontornável "Os Maias", 
                        "O Crime do Padre Amaro" ou "A Cidade e 
                        as Serras".  
                        Mais uma vez, em "O Primo Basílio", Eça 
                        prima pelo enredo que constrói em volta das personagens 
                        Basílio, Luísa e Jorge, e também 
                        a criada Juliana e o amigo de Luísa, Sebastião. 
                        O triângulo amoroso, cujo ponto fulcral é 
                        fixado na educação romântica e fragilidade 
                        de Luísa, a esposa adultera, personagem em muito 
                        inspirada em Madame Bovary, criação de Gustave 
                        Flaubert, é disputado entre Jorge, personagem fria 
                        e pouco dada a paixões. Nem mesmo a devota à 
                        sua mulher, onde procura a compensação pela 
                        ausência da sua mãe, e Basílio, primeiro 
                        amor de Luísa. Eça desenha o primo como 
                        um vulgar sedutor. Neste triângulo interfere a criada 
                        Juliana, que joga com o destino das três personagens, 
                        submetendo Luísa às suas exigências. 
                       
                        
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