"Ferida no Pescoço" será a peça interpretada em terras marroquinas
Festival Internacional
TeatrUBI em Marrocos

O Grupo de Teatro da Universidade da Beira Interior parte hoje para Casablanca. O convite foi feito por alunos da Faculdade de Letras da Universidade local ao TeatrUBI. “Ferida no Pescoço” é a peça que o grupo da UBI leva para Marrocos.


Por Eduardo Alves


As trocas de contactos começaram em Espanha, mais precisamente em Ourense, aquando da realização de um festival de teatro. Rui Pires, o responsável pelo TeatrUBI refere que logo aí, “o grupo marroquino manifestou a intenção de ter presente no festival organizado por ele, o TeatrUBI”.
Passados que estão os primeiros ensaios, levanta-se o pano e efectiva-se a estreia do grupo covilhanense no continente africano. A participação no Festival Internacional de Teatro Universitário, com lugar marcado para Casablanca está confirmada. Uma comitiva de 12 pessoas ruma hoje a Marrocos, levando a mais polémica e uma das mais trabalhadas peças do TeatrUBI, a “Ferida no Pescoço”. A peça encenada por Susana Vidal vai ser exibida amanhã e depois, dias 2 e 3 de Setembro em palcos marroquinos.
Esta 16.ª edição do Festival de Teatro de Casablanca conta com 20 grupos participantes, 15 universitários e cinco amadores, representando 16 nacionalidades. Daí a importância “deste convite para o TeatrUBI”. A participação num evento deste dimensão “tem sempre muita coisa de bom”, avança Rui Pires.



Cultura continua “muito em baixo”

Os apoios para eventos culturais têm sido, no entender dos responsáveis, "escassos"

Um convite que surgiu como uma proposta irrecusável. A deslocação ao continente africano, a participação, “não só com a encenação de uma peça, mas também, em conferências, debates e colóquios” é, para Rui Pires, uma experiência bastante proveitosa. Contudo, o TeatrUBI vai desembolsar “dois mil e 500 euros”, refere Pires. Até ao momento, os únicos apoios “têm vindo das entidades habituais, a Reitoria, com mil euros e a associação académica” que vai disponibilizar a viatura para a deslocação do grupo.
Nas palavras do responsável pelo grupo de teatro, as ajudas a grupo culturais “são inexistentes na região”. Desde câmara municipal, a empresas particulares, todas as portas “permanecem fechadas”. A boa vontade de todos “depois não se traduz em apoio real”, confessa Rui Pires. Em toda a zona, “não existe uma única empresa ou instituição que nos ajude”, acrescenta.
O futuro espera o Festival de Teatro da Covilhã, com data prevista entre 1 e 14 de Março e com a participação de sete grupos, “incluindo o de Marrocos”, adianta o responsável. Que sublinha o facto “do dinheiro gasto nesta deslocação fazer falta para essa e outras actividades”. Para já, além da deslocação a Casablanca também vai acontecer uma acção de sensibilização de novos elementos, aquando das matrículas dos alunos que vêm para a UBI.