A forte adesão do público marcou a edição de 2004 do Novidad, Festival de Cinema Digital
Festival Novidad
Cinema digital ganha novos adeptos

No intuito de divulgar o cinema digital português, o Teatro-Cine e a Cinubiteca da UBI acolheram durante cinco dias, vários trabalhos de realizadores portugueses e internacionais, numa iniciativa promovida pelo Cine Clube da Beira Interior em parceria com o Cybercentro da Covilhã.


Por Esmeraldina Costa


A abertura oficial do Festival Novidad ocorreu na passada terça-feira com a exibição de uma longa-metragem “ Immortel” de Enki Bilal, que utilizou pela primeira vez a técnica “ digital backlot” aliando personagens reais com cenários e actores digitalmente concebidos. Telmo Martins aluno de Design Multimédia da UBI também participou nesta abertura com a apresentação da curta-metragem “ Suspeito”.
Exposições fotográficas e vídeos marcaram o segundo dia do festival, com trabalhos e exposições fotográficas de Gonçalo Cadilhe, Cármen Tomé e Barbara Semeenk. A primeira sessão de curtas-metragens em competição na Cinubiteca da UBI, que decorreu pelas 21 e 30 horas, contava com uma grande adesão de espectadores, nomeadamente alunos da licenciatura em Cinema da Universidade da Beira Interior (UBI). Estas sessões divulgaram durante três dias, vídeos de realizadores portugueses que potenciaram ao público grandes momentos de expressão artística. Imagem e som aliaram-se à imaginação dos realizadores, que retrataram numa visão crítica aspectos negativos como o materialismo, as fobias ou o stress das sociedades modernas.
Depois da votação dos espectadores para escolher a melhor curta-metragem, foram exibidos, nas noites de 10 e 11 de Novembro, panoramas cinematográficos de conceituados realizadores internacionais. Foram divulgados videoclips como “ Come in to my world” de Kylie Minogue, “ Everlong” dos Foo Fighters ou ainda “ Let forever be” dos Chemical Brothers da autoria de Michel Gondry um realizador francês de renome. As obras de Chris Cunningham, como os videoclips “ Frozen” de Madonna, ou publicidades da Sony e Levi’s de cariz gótico e singular marcaram a apresentação deste importante nome da indústria dos videoclips.
No quadro deste festival foram também disponibilizados aos amadores de cinema digital, workshop’s orientados por Rui Simões criador da produtora Real Ficção e funcionário no Centro de Recursos de Ensino e Aprendizagem (CREA) da UBI. Pedro Azevedo vencedor de vários prémios na área do cinema orientou o workshop de fotografia digital.
O último dia do festival ficou marcado pela apresentação do livro “ Suleiman” de Álvaro Faria, com uma mostra nacional de vídeo e pelo encerramento oficial desta iniciativa organizada por Frederico Lopes, presidente do CCBI.
Nesta cerimónia foram entregues prémios aos melhores vídeos que estavam em competição. O filme “ Carnivorous” de uma realizadora alemã foi recompensado com o prémio Novidad pela melhor animação; “ 50 cents” de Mathijs Geijskes com o prémio ficção; “Um quadro de rosas” de Miguel Ribeiro foi o melhor documentário, e o prémio jovem realizador foi atribuído a Tiago Coelho e Paulo Custódio pelo filme “ Foreingm”.
Apesar de não terem ganho prémios, o júri ainda fez menções honrosas a Pedro Azevedo pela individualidade e qualidade dos seus trabalhos e a Eder Neves pelo seu filme “ Sons vindos da terra”.



Mais e melhor Novidad

Estão já programadas algumas novidades para a próxima edição

O balanço deste primeiro Festival Internacional de Cinema Digital é feito por Frederico Lopes, presidente do CCBI. Este docente da UBI classifica a iniciativa de “muito lucrativa”. Para este organizador, existem marcas profundas na distinção entre “este Novidad e o que foi realizado em 2003”. A grande conquista desta edição “foi a adesão do público”. Para além de gente jovem “ouve a presença de muitas pessoas das mais variadas idades”. Algo que ficou bem patente “na Cibuteca cheia de público a assistir às retrospectivas que duravam até às 2 da madrugada”, sublinha o responsável pela organização do festival.
Esforços de várias instituições, de entre as quais, Frederico Lopes destaca o Cybercentro e a UBI, assim como, “o apoio de outras tantas”, como o Instituto Português da Juventude (IPJ), o Governo Civil de Castelo Branco, o Banco Espírito Santo e o Ministério da Cultura, através da delegação de Coimbra, marcaram esta edição “pela positiva”. Já a autarquia covilhanense volta a ter uma nota negativa no que respeita a apoios para este evento.
Contudo, Frederico Lopes adianta que está já a ser preparada a edição de 2005, onde o Novidad “vai ter um prémio de festival”. Esta distinção vai ser patrocinada pelo INATEL. Segundo Lopes, “este é um motivo para termos na Covilhã um maior número de produções e uma qualidade mais elevada a concurso”. Outra das novidades previstas para a edição de 2005 prende-se com a divulgação, “mais atempada”, do cartaz.

Ver também: "Aprender a arte do cinema digital"