Por Eduardo Alves


O executivo social-democrata não conseguiu disfarçar o embaraço da dívida de 91 milhões de euros

É por estas alturas que o executivo social-democrata, que tem vindo a conduzir os destinos da autarquia, mais anseia pelos dotes retóricos de Carlos Pinto. Com este na Assembleia da República, os “laranjas” têm de se arranjar com a prata da casa. Mas nem as intervenções académicas do vereador Luís Barreiros, nem as muitas defesas de honra do líder de bancada João Pinto foram suficientes para contradizer os números “negros” apresentados pela oposição.
A dívida da autarquia está neste momento em 91 milhões de euros. Um facto que gerou grande incómodo junto da maioria dos representantes. Até mesmo a deputada do CDS-PP questionou o executivo social-democrata sobre “tão baixo índice de execução”. A tarde começou por ser marcada com a intervenção do socialista, Artur Meireles. O líder da bancada socialista lembrou os representantes daquele órgão que “a Covilhã está agora na lista das 45 autarquias que atingiram o índice máximo de endividamento”.
Um argumento que Barreiros tentou deitar por terra ao referir a possibilidade de “em breve, o Governo aumentar a capacidade de endividamento das autarquias”. Mas foi também num campo de possibilidades que, com a ajuda de mais de 50 diapositivos, Barreiros explicou o porquê de tão grande dívida.
Refugiando-se nas contas herdadas do mandato socialista de Jorge Pombo, o vereador com a pasta financeira referiu que ainda se estão a pagar vários empréstimos contraídos naquela altura. Um facto que em nada explicou os “muitos e elevados empréstimos que agora estão a ser contraídos” retorquiu Meireles. De facto, por mais “exercícios académicos” – expressão que Barreiros utilizou até à exaustão – os responsáveis autárquicos não conseguiram digerir ou tampouco disfarçar o enorme buraco financeiro. No final da sessão, as contas de gerência e os relatórios do município acabaram por ser aprovados com 33 votos a favor, da bancada social-democrata e do CDS-PP e 11 contra, das bancadas socialista e comunista.