| A Covilhã é 
                      o município que lidera a criação de 
                      empresas. Um factor em destaque no mais recente trabalho 
                      do ODES, intitulado “Sectores Emergentes e Perfis 
                      Empresariais na Beira Interior”. O Observatório 
                      da UBI recolheu dados sobre os 14 municípios que 
                      formam a Beira Interior e cataloga-os tendo em conta a dinâmica 
                      empresarial. Segundo este organismo, no ano de 2003 foram 
                      criadas, em toda a região, 371 novas empresas. Um 
                      número que ganha destaque nos concelhos da Covilhã 
                      e da Guarda. Isto porque, nestas duas cidades surgiram “mais 
                      de metade das novas empresas”, referem José 
                      Pires Manso e Rosa Loureiro, autores do trabalho em análise. 
                      Na Covilhã surgiram, em 2003, 99 novas empresas, 
                      o que corresponde a 27 por cento do total de novas entidades 
                      criadas esse ano. A Guarda aparece com um total de 92 empresas, 
                      o que corresponde a 25 por cento do total. Na cauda dos 
                      14 municípios aparecem Manteigas e Fornos de Algodres, 
                      com quatro e três empresas criadas, respectivamente. 
                      Estes dois municípios apresentam uma percentagem 
                      conjunta de dois por cento no total de novas empresas criadas 
                      na Beira Interior. Reportando estes dados para o quadro 
                      regional, no Centro do País, a Beira Interior contribuiu 
                      com cerca de oito por cento de novas empresas o que a nível 
                      nacional representa um total de um e meio por cento. 
 
 
                         
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 Sector terciário em força
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                               Comércio e prestação de serviços 
                              são dois grandes pólos de apostas 
                              dos investidores
 |  O trabalho agora tornado público pelo ODES faz também 
                      a radiografia aos sectores que receberam mais empresas. 
                      Comércio, Actividades Imobiliárias e serviços 
                      prestados às empresas lideram o ranking. Das “371 
                      empresas criadas em 2003, mais de um terço – 
                      34 por cento – pertencem ao sector do comércio”, 
                      afirmam os autores do estudo. Relativamente às actividades 
                      imobiliárias, aparecem com cerca de 17 por cento, 
                      enquanto que os serviços prestados às empresas 
                      assumem o terceiro lugar com uma cifra de 13 por cento.
 Estes sectores apresentam uma forte comparação 
                      com a restante tendência verificada a nível 
                      nacional. As empresas criadas na Beira Interior “situam-se 
                      nas áreas privilegiadas de Portugal”, adiantam 
                      os responsáveis do ODES. O estudo de Pires Manso 
                      avança também com outro indicador “de 
                      grande importância”, segundo este docente da 
                      UBI.
 Para Pires Manso, “com este estudo pode-se traçar 
                      o perfil empresarial futuro de cada um dos concelhos desta 
                      sub-região”, sublinha o catedrático 
                      da UBI.
 Daí que, sendo a Covilhã, o concelho com maior 
                      dinâmica empresarial, será aqui também 
                      que sectores como o comércio, o alojamento e restauração 
                      e a construção “venham a ter maior incidência”. 
                      Por outro lado, e reportando-se ao caso de Fornos de Algodres, 
                      o concelho que registou o menor número de novas empresas, 
                      este estudo aponta a vertente do “alojamento e restauração 
                      para aquela zona da Beira Interior”. Conclusões 
                      baseadas no facto “de as empresas criadas em 2003 
                      aparecerem já depois de outras tantas iniciadas anos 
                      antes, as quais ainda se encontram em funcionamento”, 
                      explicam os autores deste estudo.
 Têxteis com menos adeptos Uma das constatações deste estudo prende-se 
                        com a quebra da aposta empresarial no sector dos têxteis. 
                        Esta actividade com forte tradição na Beira 
                        Interior tem vindo a decrescer de ano para ano. O comércio 
                        e a prestação de serviços ganham 
                        terreno a este tipo de actividade empresarial. Pires Manso 
                        e Rosa Loureiro, autores deste trabalho, referem que “este 
                        facto deve-se, sobretudo, à crise que o sector 
                        têxtil e de confecções atravessa”. 
                        Com o aparecimento de novas áreas de comércio 
                        e de actividades económicas, “bem mais seguras, 
                        em termos de negócio, os empresários e investidores 
                        acabam por apostar nessas vertentes”, rematam os 
                        investigadores.Quanto ao Parkurbis, “é de certo uma boa 
                        aposta”, contudo, “não se esperem muitos 
                        postos de trabalho”, sublinha Pires Manso. Até 
                        porque, a estrutura prende-se mais com o apoio à 
                        criação de novas empresas e à fomentação 
                        de ideias empreendedoras.
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