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Falta de acompanhamento arqueológico foi o motivo avançado pelo IPPAR para embargar as obras

Paradas. É assim que se encontram as obras de recuperação do Palácio do Picadeiro, em Alpedrinha. A razão: falta de acompanhamento arqueológico. Pelo menos, é essa a posição do director regional do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) em Castelo Branco, José Afonso, que fez o pedido para que a obra parasse até que fosse contratada uma equipa especializada de acompanhamento. Segundo José Afonso após o alerta do IPPAR, “o presidente da Câmara do Fundão mostrou-se revoltado com a situação e mandou suspender imediatamente os trabalhos”, que decorriam há vários meses.
De acordo com aquele responsável, a ausência de acompanhamento arqueológico “levou, por exemplo, a que fossem feitos furos em silhares, pedra aparelhada, impedindo a reversibilidade, que é regra de ouro na preservação do património”.
José Afonso responsabiliza o director técnico da obra por ter autorizado a remoção de solos sem acompanhamento arqueológico. O recomeço das obras está agora dependente de um relatório que está a ser efectuado por técnicos do IPPAR e da apresentação do plano de trabalhos arqueológicos por parte da Câmara do Fundão.
Já o presidente da Câmara do Fundão, Manuel Frexes, diz que decorrem conversações com o IPPAR para ultrapassar o problema e sublinha o empenho da autarquia na preservação do património. Porém, na reunião da Assembleia Municipal, o autarca foi mais duro, acusando o IPPAR de “criar problemas”. “Está em causa um pormenor, que nem percebo, que nem percebo qual é”, referiu o autarca. “Não há paciência para aturar fundamentalismos”, concluiu, sobre a actuação do IPPAR. O Palácio do Picadeiro, adquirido pela Câmara do Fundão há 26 anos, está a ser recuperado para instalar a Fundão Turismo – Empresa Municipal.