Os operários da Fiper não têm assegurado o salário de Outubro

Reunião de trabalho
Fiper debatida na câmara

A unidade fabril sedeada no Teixoso está num processo de continuidade laboral “bastante difícil”, referem fontes sindicais. Junta de freguesia e câmara reuniram para tomar conhecimento da situação.


Por Eduardo Alves


Cerca de 140 trabalhadores permanecem com os seus posto de trabalho suspensos, uma vez que a empresa têxtil onde trabalham, a Fiper, no Teixoso atravessa um grave problema financeiro.
Um processo a juntar a tantos outros que têm vindo a acontecer na região marcada pela elevada taxa de desemprego e que levou a Câmara da Covilhã a agendar uma reunião entre várias partes envolvidas para tomar conhecimento do assunto.
Junta de Freguesia do Teixoso, Sindicato Têxtil da Beira Baixa, Associação Nacional de Industriais de Lanifícios e representantes dos trabalhadores sentaram-se à mesma mesa, na autarquia covilhanense e trocaram informações sobre a actual situação daquela empresa.
No final do encontro, Luís Garra, dirigente sindical dizia que a reunião foi “bastante produtiva, uma vez que é essencial contar com todos os apoios nestas alturas”. Garra sublinhou que “é fundamental encontrar uma solução para a Fiper” e essa mesma saída passa “pela viabilização da empresa e pela manutenção dos postos de trabalho”.
Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã referiu o mesmo. O autarca quis recolher informação necessária sobre todo o processo para uma possível intervenção autárquica no mesmo. A autarquia vai dar conta da situação a diversas entidades “com o intuito da empresa não ser desmembrada”. Pinto adianta mesmo que “nestas alturas isso é a pior coisa a ser feita a uma unidade fabril”.
Garra refere que “a empresa está paralisada e tem uma situação preocupante”. Os trabalhadores tiveram direito ao salário de Setembro, mas o do mês de Outubro “não está assegurado”. Para os vários intervenientes na reunião pode também existir outro tipo de interesses sob a empresa designadamente ao nível imobiliário e de equipamentos. Por enquanto, autarquia, trabalhadores, sindicatos e demais entidades deixam nas mãos dos tribunais a resolução do diferendo.