Foi com uma história sobre a Grande Depressão dos Estados unidos que o Festival de Teatro terminou
"Ratos e Homens"
O fecho do Festival de Teatro da Covilhã 2005

Foi com lotação esgotada que terminou mais um Festival de Teatro da Covilhã. A última noite ficou a cargo da Companhia de teatro Art'Imagem com a peça “Ratos e Homens” e do reportório musical dos italianos “Anónima Nuvolari”.


Por Isabel Amorim


Após 13 dias de espectáculos chegou ao fim, no passado sábado 26, mais um Festival de Teatro da Covilhã. O anfiteatro do Teatro das Beiras foi pequeno para acolher todos os que quiseram assistir àquela que foi a última peça exibida neste festival. “Ratos e Homens” de John Steinbeck foi a escolhida.
Durante cerca de 45 minutos, o espectador é transportado para o período da Grande Depressão nos Estados Unidos. Os inseparáveis George e Lennie, dois trabalhadores temporários, entram em cena e não deixam ninguém indiferente. George, “homem baixinho”, rude, contudo paternal na sua relação com o amigo. Lennie, homem forte e robusto mas um tanto ingénuo e infantil, resultado da sua deficiência mental. Ambos partilham o sonho de uma vida melhor, de ter “uma casa e um pedaço de terra” onde possam viver e escapar à escravidão. Através de inúmeras situações do seu dia-a-dia numa quinta onde trabalham a carregar caixotes de laranjas, George, Lennie e os seus companheiros de trabalho, transmitem uma imagem fiel de uma realidade que é a dos trabalhadores emigrantes, as suas dificuldades, e ambições. “Ratos e Homens” , “reveste-se de uma profunda actualidade” nas palavras do encenador Fernando Moreira e, acima de tudo fala-nos “da importância da amizade e da forma como este sentimento influencia as atitudes das pessoas” como refere um espectador. O sonho, a amizade e a partilha foram algumas das questões levadas a palco pelos actores numa brilhante interpretação. E como não poderia deixar de ser o público não poupou aplausos.
A noite continuou e foi a vez da companhia Anónima Nuvolari subir ao palco com o seu espectáculo musical “Spaghetti Unza Unza” que prometia dar ritmo ao resto da noite. A alegria contagiante da música tradicional italiana rapidamente tomou conta dos espectadores. Numa atmosfera quente e descontraída, foi com muita música e diversão que terminou o Festival de Teatro da Covilhã 2005.
Por este festival, passaram 13 companhias de teatro, duas bandas de música, 20 espectáculos, uma exposição e mais de cem actores e técnicos. De acordo com Fernando Sena, director artístico do Teatro das Beiras este “foi um festival conseguido pela qualidade dos espectáculos, pela óptima receptividade das pessoas e acima de tudo pela alegria compartilhada”.