Paulo de Oliveira diz não ter recebido qualquer comunicação do empresário Rui Cardoso

Caso Nova Penteação
Paulo de Oliveira sem “proposta oficial

O empresário covilhanense garante não ter recebido, de forma oficial, nenhuma proposta de Rui Cardoso para resolver a questão dos créditos aos trabalhadores. Mas, por terceiros, teve conhecimento da mesma e classifica-a de “anedótica” e “aberrante”.


NC / Urbi et Orbi


“A Tessimax ainda não recebeu oficialmente essa proposta”. É isto que garante o dono da empresa que adquiriu a Nova Penteação, Paulo de Oliveira, sobre a alegada proposta de Rui Cardoso, dono da BeiraLã, que poderia resolver o impasse que se arrasta na atribuição de créditos a ex-trabalhadores da empresa.
Quando o Grupo Paulo de Oliveira adquiriu a Nova, Rui Cardoso recorreu da decisão tomada em Assembleia de Credores. A Tessimax, “sem que fosse obrigada a isso”, diz Paulo de Oliveira, pagou 75 por cento dos créditos, ficando por liquidar 25 por cento, que o empresário assegurava pagar quando a decisão transitasse em julgado. Só que, com o recurso da BeiraLã, ao Supremo Tribunal de Justiça, isso não aconteceu. E Paulo de Oliveira recusou-se a pagar.
O descontentamento apoderou-se dos ex-trabalhadores, que se chegaram a manifestar à porta da fábrica a exigirem o pagamento de indemnizações, e há duas semanas atrás, nova iniciativa estava marcada, sendo no entanto suspensa devido ao facto de Luís Garra, presidente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa, ter anunciado que Rui Cardoso teria apresentado a Paulo de Oliveira uma proposta para desistir do recurso judicial que interpôs há mais de dois anos para contestar o perdão das dívidas da Nova à Segurança Social. Agora, Paulo de Oliveira nega ter recebido qualquer proposta oficial, embora afirme ter tido “conhecimento dela por entreposta pessoa”.
Segundo Paulo de Oliveira, Rui Cardoso pretende receber a totalidade dos seus créditos da ex-Nova, no valor de 45 mil e 52 euros, mais o crédito que tinha sobre a antiga Moura e Matos, no Tortosendo, comprada há mais de cinco anos pela Tessimax. Para além disso, quererá o pagamento das despesas de advogado e tribunal, que avalia “em cerca de 25 mil euros”. “Mas o cúmulo”, afirma Oliveira, é “a exigência de que se seja celebrado um contrato de fornecimento de penteados de lã com um fornecedor, que é seu irmão, para dentro das condições em que está o mercado, ficar com o exclusivo do fornecimento a todas as empresas do Grupo Paulo de Oliveira durante 10 anos” salienta o empresário covilhanense, que classifica a proposta de “tão anedótica e aberrante que mais parece uma brincadeira de Carnaval”.