Sessão de Câmara
Pinto volta ao silêncio

Numa atípica reunião pública do executivo camarário a falta de verbas fez cair algumas obras anunciadas na campanha eleitoral. O sector da educação e a vice-presidência marcaram também destaque.


Por Eduardo Alves

O executivo camarário deixou a intervenção popular para o final dos trabalhos

A ordem de trabalhos da reunião ordinária de 20 Janeiro, na autarquia covilhanense, foi alterada por completo. Ao contrário do que é habitual, com as intervenções do público a abrirem os trabalhos, desta vez, o executivo reuniu primeiramente e só depois os populares tiveram direito à palavra.
Numa reunião com poucas “mas importantes decisões e ilações”, como acabou por a classificar Armando Serra dos Reis, vereador socialista na oposição, o principal apontamento vai para as intervenções e obras avançadas durante a campanha eleitoral e que “agora vão ficar na gaveta”.
Mais uma vez, o presidente da autarquia serrana, Carlos Pinto não se mostrou disponível para prestar esclarecimentos à Comunicação Social. No final da reunião o autarca ausentou-se da sala e nenhum dos vereadores sociais-democratas mostrou abertura para substituir o chefe do executivo no esclarecimento das questões colocadas pelos jornalistas.
Serra dos Reis, vereador eleito pelo PS foi o único a falar à Comunicação Social. O vereador começou por dizer que “a sessão contou com alguns trocadilhos que acabaram por prejudicar os trabalhos de todos”. Os representantes do PS avançaram com “um conjunto de requerimentos para obter respostas prévias ao porquê da retirada de verbas às freguesias urbanas do concelho, às obras que estão a decorrer na sede do PSD Covilhã e à situação do cemitério municipal”. Serra dos Reis acabou por se debruçar mais sobre este último tópico devido ao facto “de não há muito tempo se dizer da urgência da construção de um novo cemitério e agora não se passa nada”.
Outra das questões mais criticadas por este elemento da oposição prende-se com o facto de “em apenas quatro reuniões foram já nomeados três representantes do município nas escolas”. Na passada sexta-feira, o executivo acabou por apontar um novo técnico para esta função. “Mais uma prova da total desorientação que está a sentir-se na câmara”, acrescenta Serra dos Reis. O mesmo disse também que a autarquia serrana não está a aproveitar os fundos que vêm de Lisboa. Isto porque “o começo das aulas de inglês foi anunciado logo em Outubro, mas só começou há cerca de um mês e de forma atabalhoada”. Para apoiar esta crítica, Serra dos Reis aponta a sua freguesia, Cortes do Meio, “onde o professor destacado para as aulas de inglês saiu passado uma semana”.
Foi também pela voz do vereador socialista que se conheceu a mais recente proposta do executivo social-democrata, a criação de “Lojas Sociais”. Esta ideia surgiu da maioria social-democrata e “o PS votou a favor”. Contudo, Serra dos Reis adianta que os contornos que envolvem o funcionamento, a finalidade, e os objectivos desta iniciativa “ainda não foram adiantados”, pelos que os representes socialistas esperam novidades do executivo social-democrata.