A freguesia da Conceição é a que mais habitantes tem em todo o concelho
Freguesia da Conceição
Corte de verbas pode afectar população

A Câmara decidiu não atribuir verbas para as despesas correntes das freguesias urbanas. Carlos Martins, presidente da Junta de freguesia da Conceição, não está satisfeito e avisa que a população da sua freguesia pode vir a ser afectada pelo corte.


NC / Urbi et Orbi


A Junta de freguesia da Conceição mostrou, na passada segunda-feira, 13, o seu descontentamento pelo facto de a Câmara Municipal ter cortado a verba destinada às despesas correntes das freguesias urbanas da Covilhã.
A 23 de Dezembro do ano passado, a última Assembleia Municipal aprovou, por maioria, o Plano e Orçamento para 2006, que incluía uma verba de 500 mil euros destinada às freguesias do concelho para protocolos de investimento e onde as freguesias da cidade não foram incluídas. “Pela primeira vez, desde o 25 de Abril de 1974, a autarquia não transfere os duodécimos para as freguesias urbanas. Embora legalmente a Câmara não seja obrigada a fazê-lo, do ponto de vista moral devia fazê-lo”, frisa Carlos Martins, presidente da Junta de freguesia da Conceição.
No ano transacto, a Câmara Municipal disponibilizou para a freguesia da Conceição cerca de 34 mil 393 euros, destinados às despesas correntes, “o que nos permitia desenvolver certas actividades, relacionadas principalmente com o sector cultural”. Actualmente, a Conceição conta apenas com um orçamento de 150 mil euros virtuais, “uma vez que neste valor estão incluídas as verbas que pensávamos vir a receber da autarquia”. Carlos Martins alerta para o facto da população da sua freguesia poder vir a ser afectada com o corte da verba. “Vamos ter que acabar com certos apoios que até agora assegurávamos”. No entanto, o presidente da Conceição garante que a dinâmica imprimida desde 1994 na sua freguesia vai continuar. “Será difícil manter algumas iniciativas, mas estaremos sempre dispostos para a resolução dos problemas das nossas gentes”, realça.
O autarca socialista lembra que, aquando da decisão da Assembleia Municipal, realizou prontamente uma reunião com as restantes freguesias da cidade: São Pedro, São Martinho e Santa Maria. “Nenhum dos presidentes das outras freguesias apareceu, antes mandaram representantes. De qualquer modo, solicitei que fosse convocada uma reunião com o presidente da Câmara e fiquei a aguardar uma resposta dos restantes presidentes de Junta. Até hoje”, lamenta Carlos Martins.
Mesmo sem o apoio das restantes três freguesias, Carlos Martins tentou falar com o edil covilhanense, Carlos Pinto, mas sem sucesso. “O presidente nem se dignou a receber-nos, coisa que, aliás, não é novidade, pois nunca o fez durante os últimos 12 anos”, critica.
Com ou sem dinheiro, a aposta da freguesia da Conceição vai continuar a assentar no aspecto social. O apoio reservado às pessoas mais carenciadas da freguesia, principalmente aos idosos, “será uma constante”. “Já temos feito até empréstimos pessoais a essas pessoas. E espero que no Natal, os cabazes a distribuir sejam menos, não porque os apoios com que podemos contar sejam poucos, mas porque o número de desempregados na freguesia tenha diminuído”, conclui Carlos Martins.