Defesa da maternidade
Rádio Altitude mobiliza cidade

A estação apela aos guardenses para que coloquem fraldas nas varandas como sinal de defesa da maternidade guardense. Porém, a rádio diz que esta luta deve ser regional e que este serviço de se deve manter nas três cidades da Beira Interior.



NC / Urbi et Orbi


A defesa da maternidade da Guarda passa já por várias instituições


É uma iniciativa inédita levada a cabo pela rádio local mais antiga do País. A Rádio Altitude apelou, na passada semana, aos habitantes da Guarda, para que colocassem fraldas nas viaturas, janelas ou varandas, numa campanha intitulada “Uma fralda pela maternidade”, que tem como objectivo a manutenção deste serviço no Hospital Sousa Martins.
A Guarda, tal como Covilhã e Castelo Branco, terão, por imposição do Governo, que entender-se até final do ano para que apenas uma maternidade sobreviva em toda a Beira Interior, uma opção contestada pelas populações que temem o desaparecimento das maternidades nas suas terras. Por isso, a Altitude iniciou esta campanha, a que juntou o envio de mensagens escritas por telemóvel e por e-mail, que já tiveram a adesão de muita gente, entre as quais a governadora civil Maria do Carmo Borges. O director da rádio, Rui Isidro, diz que esta não é uma campanha contra a Covilhã ou Castelo Branco, e que a luta pela manutenção de maternidades deve ser “regional”, e se possível para que fiquem as “três maternidades da Beira Interior”.
Entretanto, o Movimento de Cidadãos do distrito da Guarda, criado no início do ano por estruturas do PCP, já recolheu três mil assinaturas em defesa da maternidade do Sousa Martins. O abaixo-assinado será enviado para o Parlamento, Governo e Presidente da República.

Hospital defende serviço

O Conselho de Administração (CA) do Hospital Sousa Martins (HSM), na Guarda, defendeu na passada quinta-feira, 23, a manutenção da maternidade na unidade, um serviço que considera de qualidade. A posição é assumida numa altura em que a decisão sobre o futuro dos blocos de partos dos Hospitais da Guarda, Covilhã e Castelo Branco, está nas mãos das respectivas administrações.
Num comunicado, o CA assegura que o serviço de obstetrícia "reúne as condições necessárias e exigíveis previstas nos parâmetros de avaliação da Comissão de Saúde Materna e Neonatal" para ser mantido em funcionamento. Adianta , também, que dispõe de apoio de sangue nas 24 horas, bem como de apoio laboratorial, ecográfico, radiológico e de um serviço de neonatologia com experiência de 16 anos e pratica a analgesia do parto há cerca de nove anos "com magníficos resultados, dispondo de 24 camas na área da obstetrícia e de 18 na de ginecologia". Quanto a recursos humanos, é referido que no apoio à sala de partos está permanentemente uma equipa com dois obstetras, um anestesista, um pediatra e duas enfermeiras especialistas.