Quando o jovem Arthur Gordon Pym se infiltrou a bordo do brigue americano Grampus, não fazia ideia do que estava para acontecer. Depois de um motim que vitimou grande parte da tripulação, acontece a reconquista do barco pelos sobreviventes. Mas a fome e a sede, bem como o naufrágio do barco, mostram até onde podem ir os seres humanos na luta pela sobrevivência.
O FC-Acto, Grupo de Teatro da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, apresentou no Teatro-Cine da Covilhã a peça “PYM”, que conta as aventuras de um brigue americano em pleno século XIX. A actuação desenrolou-se na noite de sexta-feira dia 19 de Março, no âmbito do 14º Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior, que está a decorrer de 11 a 27 de Março com a organização do TeatrUBI e da ASTA – Associação de Teatro e Outras Artes.
Baseada na obra de Edgar Allan Pöe e com adaptação textual e encenação de A. Branco, FC-Acto, em parceria com o grupo de teatro Corvo Manso, exibiu um monólogo de hora e meia, onde o actor Francisco Gomes encara Arthur Gordon Pym, que narra a sua aventura a bordo do navio Grampus.
O encenador da peça, A. Branco, revela que “não pretendo transmitir qualquer emoção em particular, mas sim deixar que o espectador se envolva e que tire as suas conclusões”. A peça foi apresentada num espaço mais reduzido, com o público presente em cima do palco. A. Branco explica que “quer pela simplicidade da peça, quer pelo tamanho do teatro da Covilhã, foi preferível reduzir o espaço entre o actor e o público”. Sobre o facto de em palco estar apenas um actor, com acompanhamento musical, o director artístico da peça afirmou que o objectivo é “aumentar a portabilidade do espectáculo, o que nos permitir ir a todo o lado”, confidenciando que «se fosse maior o número de actores isso dificultaria a disponibilidade para mais deslocações».
Já Francisco Gomes, actor da peça, confessou que “à partida para este projecto achei que ia ser complicado, mas após decorado o texto, revelou-se mais fácil do que pensava”. “Captar a atenção do público durante uma hora e meia” é o grande desafio para o actor, que fez pela primeira vez um monólogo.