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Gestão do Sporting da Covilhã vista à lupa
Tânia de Jesus · quarta, 1 de maio de 2013 · Desporto José Mendes, presidente do Sporting da Covilhã (SCC) desde 2004, desvalorizou as críticas que é alvo devido à gestão centralizada que implementou no clube, algo que reconhece ser verdadeiro. Contudo salientou que está no SCC para servir o clube e não para se servir do clube. |
José Mendes abordou os nove anos de presidência |
21976 visitas “A criação das equipas B na 2ª Liga eram uma promessa, todavia aos clubes mais pequenos só dão prejuízo”. O alerta foi transmitido durante o II Seminário de Futebol – da Micro à Macro Gestão do Futebol: Um processo complementar -, realizado no dia 19 de abril na Faculdade de Ciências da Saúde da UBI, por José Mendes. Segundo o representante do SCC, aquando da criação das equipas B “foi prometido a todos os clubes cerca de 150 mil euros”, o que a verificar-se seria “muito lucro”. Contudo “até agora o Sporting da Covilhã recebeu apenas 18 mil euros”. “Nos jogos em que defrontámos as equipas B, a melhor receita que tivemos foi contra o Benfica. Com o Marítimo e com o Sporting, devido ao mau tempo, tivemos prejuízo e nos restantes jogos as receitas serviram, unicamente, para pagar as despesas da realização dos encontros”. De acordo com o presidente do SCC, a criação das equipas B prejudicou ainda “o modelo de gestão que era seguido, alicerçado no empréstimo de jogadores, a custo zero”, que permitiu ao SCC poupar, durante a presidência de José Mendes, “cerca de dois milhões de euros, só em salários” e ter nos seus plantéis jogadores de “elevada qualidade”, como Pizzi, que atualmente representa o Deportivo de La Coruña, e Abdoulay BA, conhecido central do Futebol Clube do Porto. José Mendes referiu que quando chegou a presidente do Sporting da Covilhã, o clube tinha “um milhão de euros de dívida” e encontrava-se “sem crédito”. Para fazer face à situação, o representante do SCC adoptou uma gestão assente “sobretudo no rigor e exigência”, bem como “no cumprimento do princípio básico de finanças, que estabelece que a despesa não é, nem pode ser superior à receita”. “Neste momento, a relação mais difícil que temos é com a Câmara Municipal da Covilhã, quando deveria ser ao contrário, porque devíamos estar todos unidos e não cada um a puxar para o seu lado”, salientou José Mendes. O presidente do Sporting da Covilhã explicou que quando chegou ao clube existiam apenas “20 jogadores na formação”, atualmente existem “250 a 300 atletas”, o que obriga, por época, ao desembolso de “170 mil euros”, apesar de “todos os treinadores, massagistas e médicos desempenharem as suas funções a custo zero”. Para José Mendes, os treinadores são os “maiores responsáveis de não se apostar na formação”, contudo no SCC os treinadores são “obrigados a incluir dois ou três jogadores na equipa principal”. Neste II Seminário de Futebol participou ainda Filipe Neto, fisiologista de exercício no Benfica LAB, e Francisco Ramos, director da Federação Portuguesa de Futebol. O primeiro garantiu que “os clubes vivem de vitórias e a diferença está nos pormenores”, salientando que a criação do laboratório do Benfica, em 2008, permitiu “aprimorar esses pormenores, nomeadamente a observação e análise dos treinos”. “O Benfica LAB surgiu como uma necessidade, dado que existia um fraco rendimento na otimização desportiva dos atletas da formação encarnada. Os bons resultados fizeram com que se alargasse os trabalhos à equipa sénior e, mais recentemente, às restantes modalidades”, explicou o responsável. De acordo com Filipe Neto, o trabalho desenvolvido pelo Benfica LAB permitiu reduzir em “61% as lesões musculares” e em “98% a reincidência de lesões”, bem como “otimizar o rendimento dos jogadores”, apresentando os casos de David Luiz e de Di Maria como espelhos do sucesso do Laboratório encarnado. Francisco Silveira Ramos, diretor técnico da Federação Portuguesa de Futebol, defendeu que, devido à espontaneidade que o caracteriza, “é através do futebol de rua que os jovens praticantes mais evoluem tecnicamente”, uma vez que na rua “cada um adapta as suas competências futebolísticas à sua estrutura física” e é isso que permite o “aparecimento dos melhores praticantes do mundo”, dos quais é exemplo Messi, a estrela do Barcelona. |
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