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UBI com a melhor percentagem de colocação de alunos dos últimos anos
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 9 de setembro de 2015 · UBI A 1.ª Fase do Concurso de Acesso ao Ensino Superior resultou na colocação de 1.115 alunos, que corresponde a 90 por cento das vagas disponíveis para 2015/16. As matrículas decorrem até sexta-feira e as aulas na próxima semana, para muitos alunos que chegam à Covilhã, convictos que estão no local certo para se formarem. |
Harris Ivanov Markov foi o primeiro “caloiro” a matricular-se presencialmente. Chega à UBI com boas referências da academia e da cidade |
21965 visitas Harris Ivanov Markov. É este o nome do primeiro “caloiro” a matricular-se este ano na Universidade da Beira Interior (UBI). Ainda não eram 8h00 de segunda-feira, dia 7, e já o novo aluno de Bioquímica esperava a abertura das portas da UBI. Uma hora mais tarde tinha formalizado a entrada na instituição e recebia o número 35.172. É um dos 1.115 estudantes que foram colocados na academia covilhanense na 1.ª Fase de Acesso ao Ensino Superior, cujos resultados foram conhecidos na véspera, e que resultou na ocupação de 90 por cento das 1.240 vagas para 2015/16. Uma percentagem que representa o melhor desempenho dos últimos três anos na atração de novos estudantes. “Foi ótimo. É um bom resultado sem dúvida e como tal estou satisfeito”, disse António Fidalgo, reitor da UBI, na manhã de segunda-feira, ao comentar números que mostram uma boa performance da UBI, nesta fase. Das 29 formações (licenciaturas e mestrados integrados), 18 ficaram completos, dois tiveram ocupação acima dos 90 por cento, e três entre os 80 e os 60 por cento. Dos cursos com menor número de colocados – das áreas das ciências exatas ou engenharia – três conseguiram turmas acima a fasquia dos 10 alunos. Restam três casos em que essa marca não foi atingida. Engenharia Civil mantém a tendência nacional – dos últimos anos – de não atrair muitos candidatos. Na 1.ª Fase, apenas um recém-saído do Ensino Secundário entrou neste mestrado integrado na UBI. É um dos pontos fracos que o reitor admite existir e que são nacionais. “Temos de pensar, como sociedade portuguesa, onde estão as falhas”, salientou, confiante que possam ser atingidos os 10 alunos exigidos pela tutela, com nas próximas fases de colocação e com a chegada de estudantes internacionais, tal como aconteceu no último ano letivo. De resto, como tem defendido, a atração de estrangeiros é fundamental “para a Universidade, mas também para a sociedade portuguesa”. Harris Ivanov Markov não fará parte desse grupo, apesar da errada ideia que o seu nome poderá criar. Chega do Entroncamento e tem dupla nacionalidade, tendo nascido na Bulgária. Passou por todos as salas preparadas pela UBI para matricular os colocados e prestar as informações sobre os vários serviços que terão ao dispor – como a Ação Social e Biblioteca, entrou outros – e ouviu nos Serviços Académicos: “Parabéns. É o primeiro caloiro a matricular-se”. Antes, para chegar a este momento, cumpriu o Ensino Secundário e ponderou que universidade escolheria. Colocou a UBI em segunda opção – a primeira foi influência da mãe, explica – mas era para a Covilhã que queria vir. Todas as referências que recebeu da instituição justificavam esse desejo, como explica: “Tenho amigos que estão cá a estudar e sempre me disseram que havia um ambiente muito familiar e que a Universidade em si era boa”. Refere uma amiga que fez na UBI uma licenciatura e dois mestrados – que disse “ter adorado” –, outro amigo a fazer o 2-º ciclo em Psicologia com a mesma opinião e referências de conhecidos de um dos progenitores: “O meu pai também está a trabalhar com duas pessoas que estudaram aqui Engenharia Aeronáutica e disseram que gostaram muito da Universidade, que era muito boa e que recomendavam”. Depois da primeira hora de contacto com a estrutura da UBI, Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) e do núcleo de Bioquímica, que se encontra a receber os recém-chegados, na zona exterior aos Serviços Académicos, reconheceu que as expetativas estão a confirmar-se. “Gostei do ambiente. Parece amigável e toda a gente é simpática. Foi basicamente aquilo que me disseram e que eu já estava à espera também”, afirmou. Harris foi o primeiro a concluir a matrícula, mas não era o primeiro da fila de algumas dezenas de colocados que bem cedo aguardavam vez para se tornarem estudantes na Covilhã. Lara Silva, natural da cidade serrana, encabeçava o grupo. Esta também nova aluna de Bioquímica acabou por ser ultrapassada durante o processo, tendo finalizado poucos minutos depois de Harris, com quem já conversava durante os minutos de espera. A escolha da UBI – em primeira opção – deveu-se a não querer ir para fora e porque encontra na cidade a mesma qualidade de formação. “O nível académico é tão bom aqui como em Coimbra”, refere, comparando a segunda escolha. Estudou na Escola Secundária Quinta das Palmeiras e a UBI faz parte do quotidiano da cidade, daí que já conhecesse alguns setores da instituição e até as instalações laboratoriais. Ainda no Secundário teve oportunidade de fazer algumas experiências científicas de química na Universidade da Beira Interior e percebeu que existe “equipamento de ponta”. Sintetiza Lara Silva que está “num bom sítio para estudar”. Enquanto candidatos, cada um dos colocados terá tido a suas motivações, que acabaram por ser coincidentes com tantos outros, apesar da experiência ou ambição de cada um. Há covilhanenses que escolhem a UBI por ter a formação com que sonharam, como João Amaro, de Ciências Farmacêuticas, ou a proximidade geográfica, que afinal também motiva estudantes de regiões a algumas centenas de quilómetros da Covilhã. Como Ivo Caravau, de Freixo de Espada à Cinta, que entrou em Arquitetura em primeira opção, ou Vanessa Sousa, de Lamego, que depois de um ano em Lisboa, decidiu voltar ao Concurso de Acesso, à espera de ter lugar no curso que desejava: Psicologia. O pai, Joaquim Sousa, ficou satisfeito: “O ano passado não correu bem e aconselhei-a a tentar uma instituição mais perto e numa cidade mais pequena”. Como Harris, muitos ouviram opiniões positivas da UBI antes de entrar. Célia Pais é um caso particular, porque já tinha uma noção bastante clara do existe. É da Covilhã, está em Medicina – primeira escolha – e vai ter a segunda experiência na UBI. A primeira foi no ano letivo de 2014/15, quando integrou uma turma especial. Fez parte da primeira edição da Academia Júnior de Ciência (AJC), um projeto desenvolvido com cerca de duas dezenas de alunos do 12.º ano, criado para incentivar o gosto pelas áreas da química, física e matemática, mostrar como se trabalha numa instituição de Ensino Superior e contribuir para a descoberta de uma vocação. Não tendo sido o único fator a fundamentar a decisão de candidatura da nova estudante da Faculdade de Ciências da Saúde, participar na AJC também ajudou. “De certa forma sim”, reconhece. “Eu vim para a UBI essencialmente porque sou de cá e fica mais económico. Também pelo facto de conhecer melhor a Universidade e os professores [da AJC] –, que talvez não venham a dar-me aulas –, mas que me permitiram ver a relação que existe entre professor e aluno. Não é distante, como nós temos ideia do que acontece nas universidades”, acrescenta. Ao longo da semana, muitos outros estudantes vão-se matricular e, na próxima, entrar nas salas de aula. Dia 16, assistirão à Sessão de Boas-vindas que António Fidalgo irá promover, no momento em que já começaram uma etapa decisiva da vida de cada um, que terá a marca da UBI.
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