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Lutar pelo futuro da indústria têxtil
Sara Guterres · quarta, 23 de mar?o de 2016 · Região O Modatex Covilhã iniciou a sua atividade há cerca de 5 anos. É um Centro de Formação Profissional que procura oferecer “possibilidades e perspetivas de futuro à comunidade”, sobretudo na área do têxtil e vestuário. |
A formadora, Manuela Fazendeiro, explica às inscritas no setor da modelação como manusear o material |
21982 visitas A indústria dos lanifícios foi, durante séculos, a principal fonte de sustento dos covilhanenses. A maioria das fábricas encerrou, mas a arte de criar nunca se perdeu. Com uma história ligada a este ofício, a Covilhã “não podia deixar de ser o melhor local” para acolher uma das delegações do Centro de Formação Profissional da Indústria Têxtil, Confeção e Lanifícios (Modatex). “Open Day: vem descobrir o que temos para te oferecer” é uma iniciativa, organizada pelo Modatex Covilhã, que procura possibilitar a toda a comunidade a visita às instalações do Centro de Formação. O objetivo passa por dar a conhecer aos interessados informações detalhadas não só acerca dos cursos lecionados, mas também das perspetivas de futuro que as formações oferecem. O primeiro momento deste “dia aberto”, direcionado para a área da modelação, realizou-se a 18 de março. A participação no encontro foi gratuita, mas para participar era necessária inscrição prévia. Um esquadro, uma folha de papel, um lápis e uma calculadora foram os primeiros materiais utilizados pelas formandas. No papel de formadora na área da modelação, há já 25 anos, Manuela Fazendeiro tentou, através de um exercício prático, ambientar as inscritas, elucidando-as de alguns aspetos a ter em conta na área em questão. A adesão a este tipo de formação tem sofrido um acréscimo. Na função de delegada do Modatex Covilhã, desde o início da sua atividade, Carla Azevedo explica o porquê de o Centro apostar em formações que, de certo modo, “complementam” a indústria têxtil. Acrescentou ainda que “se tem assistido a uma maior adesão nas áreas da tecelagem, da fiação e das metedeiras de fios”. “Não é mais um curso. É sim um tipo de formação com empregabilidade e integração no posto de trabalho e as pessoas começam a perceber isso”, comentou Carla Azevedo. A vontade de querer aprender é um dos principais motivos que traz muita gente até ao Modatex. É o caso de Elsa Bernardo que participou, pela primeira vez, no Open Day. “O que me fez vir foi não só a falta de emprego, mas também o facto de ser uma área que eu gosto realmente. O meu pai era alfaiate e a minha mãe costureira, por isso é normal que tenha desenvolvido um gosto por este ofício”, confidenciou. Uma das formadoras do Modatex Covilhã há já quatro anos, Manuela Fazendeiro, confessou que, para além da iniciativa “dia aberto”, têm sido tomadas algumas medidas com o intuito de atrair mais indivíduos para o Centro de Formação. Comentou ainda que “há pessoas que vão tirar o curso porque estão desempregadas e só o fazem para não correrem o risco de ver os seus subsídios cortados pelo centro de emprego”. “Há quem venha, mas não traz consigo o espírito de construir uma carreira”, rematou Manuela. O Modatex Covilhã procura proporcionar novas oportunidades não só a adultos, mas também aos mais jovens, oferecendo um conjunto de cursos direcionados a diferentes faixas etárias. Lídia Luís, que já participa neste tipo de formações há algum tempo, revelou que se inscreveu pela primeira vez com o intuito “de concluir o último ano do ensino secundário”. “Fiz um curso de técnica administrativa com equivalência ao 12.º ano, posteriormente também fiz marketing e logística. Agora surgiu esta oportunidade na área da modelação e resolvi inscrever-me, porque é sempre bom aprender mais”, explicou. Se a comunidade covilhanense não aproveitou esta primeira oportunidade, terá ainda a possibilidade de visitar as instalações do Centro no decorrer dos próximos meses. O Open Day irá prolongar-se até ao mês de maio, direcionando-se para as áreas da fiação, no dia 1 de abril, e confeção, a 20 de maio. |
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